Imagem retirada da internet
Vivemos a construir nossos pequenos castelos...
A retocar cada pedaço de estrutura caída…
Ai de mim se desmoronam!
Vivemos intensos contos de fadas…
Intensos filmes de terror…
Dramas…
Erotizações…
Ai de mim sem o papel principal!
E vou, corro, faço, aconteço…
Agora apanhei, depois larguei…
Hoje quero, amanhã não quero…
Está certo…
É errado…
Que alegria…
Oh tristeza…
Revolta, injustiça…
Que dor…
Angustia…
Como sofro…
Ai de mim Senhor!
Onde estás tu Senhor?
Quem és tu Senhor?
Silêncio…
Por detrás dos castelos que desmoronam…
Por detrás da vontade e desejo de elevar cada pedaço caído…
Por detrás do palco…
Da peça teatral…
Do conto de fadas que nem sempre tem um final feliz…
Da fantasia e medo que dão realidade à cena…
Do drama, do dramaturgo…
Da erotização, do erótico…
Silêncio…
Que ampara, dá a mão, guia
Entre falas, actos e cenas…
Silêncio que ilumina…
Que te despe de todos os papéis
E te reencontra em casa.
(Sónia Andrade)