"O Yoga explica a vida consciente, em parte, como conseqüência do inconsciente. Todas as nossas experiências, fatal e fielmente, são gravadas numa espécie de "fita de gravação", através de ininterrupta introjeção. O que introjetamos ou gravamos nos plásticos abismos do inconsciente são: vásanás (tendências, inclinações, impulsos, motivações...) e samskáras (impressões, representações, imagens, juízos...). Lá do fundo, esse conteúdo comanda o nosso comportamento dito voluntário e consciente; comanda o que somos, queremos, sentimos, dizemos, fazemos e pensamos.
Conforme as introjeções que fazemos no curso da vida, tal será nosso destino. Quem introjeta espinho, conseqüentemente será espetado.
Assim esclarecidos, deveríamos, por interesse profilático, selecionar as impressões e tendências que introjetamos, com o mesmo critério com que um dietista escolheria sua refeição num cardápio, visando a que, nos dias de porvir, possam elas (as escolhidas) operar em proveito da saúde e não contra ela; em direção à liberdade e não à servidão; em prol de nossa felicidade e não em seu prejuízo.
A indiscriminada, inconsciente e indisciplinada introjeção de vásanás e samskáras polui, adoece, corrompe, perturba, vicia e infelicita a mente. O yogin, sabendo disso, procura acautelar-se. Evita fisicamente as que pode e, mentalmente, aquelas que, fisicamente, lhe são impostas pelo ambiente.
Seu cuidado não é apenas na área da higiene mental, mas também na fase da cura.
Nesse particular, em que consiste a cura?
Em depurar, liberar, aclarar e aprimorar o mental. O Ashtanga Yoga ou Yoga dos oito componentes, codificado pelo sábio Patañjali, é uma forma técnica de sanear a mente, não a mente que costumamos chamar de doente, mas a mente que costumamos chamar de normal e que, em verdade, é "normalmente" incapaz para a felicidade e para o alcance da Verdade. Agitada como é, tecida de conflitivos desejos, encabrestada pelo egoísmo, sacudida de paixão, obcecada pelo irreal e condicionada a fatores múltiplos, o que chamamos de mente normal não deixa de ser, inclusive, um obstáculo para a percepção da Verdade."
Conforme as introjeções que fazemos no curso da vida, tal será nosso destino. Quem introjeta espinho, conseqüentemente será espetado.
Assim esclarecidos, deveríamos, por interesse profilático, selecionar as impressões e tendências que introjetamos, com o mesmo critério com que um dietista escolheria sua refeição num cardápio, visando a que, nos dias de porvir, possam elas (as escolhidas) operar em proveito da saúde e não contra ela; em direção à liberdade e não à servidão; em prol de nossa felicidade e não em seu prejuízo.
A indiscriminada, inconsciente e indisciplinada introjeção de vásanás e samskáras polui, adoece, corrompe, perturba, vicia e infelicita a mente. O yogin, sabendo disso, procura acautelar-se. Evita fisicamente as que pode e, mentalmente, aquelas que, fisicamente, lhe são impostas pelo ambiente.
Seu cuidado não é apenas na área da higiene mental, mas também na fase da cura.
Nesse particular, em que consiste a cura?
Em depurar, liberar, aclarar e aprimorar o mental. O Ashtanga Yoga ou Yoga dos oito componentes, codificado pelo sábio Patañjali, é uma forma técnica de sanear a mente, não a mente que costumamos chamar de doente, mas a mente que costumamos chamar de normal e que, em verdade, é "normalmente" incapaz para a felicidade e para o alcance da Verdade. Agitada como é, tecida de conflitivos desejos, encabrestada pelo egoísmo, sacudida de paixão, obcecada pelo irreal e condicionada a fatores múltiplos, o que chamamos de mente normal não deixa de ser, inclusive, um obstáculo para a percepção da Verdade."
Por José Hermógenes
Ter conhecimento de tais conceitos (vásanas e samskáras) e perceber como fazem tanto sentido, já é um passo em direção à transformação mental...e tal como a transformação fisica, requer aceitação, prática, disciplina, consciência ativa a cada momento, a cada movimento, compaixão, persistência, estratégia, compreensão e uma genuína vontade de superar e transcender. A técnica de pratipaksha bhavana, de adotar pensamentos opostos ao que é negativo, ajuda na reprogramação mental. Analisar pensamentos e atitudes a cada momento e contrariar o que se apresenta nocivo ao nosso bem estar e paz, é poderoso na construção de novos padrões de pensamentos, sentimentos, emoções e ações.
Ter conhecimento de tais conceitos (vásanas e samskáras) e perceber como fazem tanto sentido, já é um passo em direção à transformação mental...e tal como a transformação fisica, requer aceitação, prática, disciplina, consciência ativa a cada momento, a cada movimento, compaixão, persistência, estratégia, compreensão e uma genuína vontade de superar e transcender. A técnica de pratipaksha bhavana, de adotar pensamentos opostos ao que é negativo, ajuda na reprogramação mental. Analisar pensamentos e atitudes a cada momento e contrariar o que se apresenta nocivo ao nosso bem estar e paz, é poderoso na construção de novos padrões de pensamentos, sentimentos, emoções e ações.
Os vásanas e samskáras estão lá sempre à espreita, sempre dispostos a te tramar! Muitas vezes não que eles tenham uma carga de maldade e ruindade! Por vezes basta que sejam recheados de encanto, fantasia e romance...quem já não idealizou um amor, um relacionamento? Quem já não achou que determinada pessoa a complementaria? Quem já não se identificou com alguém e sentiu vontade de permanecer para o resto da vida junto a ela? E quem já não deixou que tudo isto fizesse parte do pensamento e se reprimisse por ele? Sofresse por ele?
E o que tudo isso traduz efetivamente? Um coração cheio de amor para dar ou um coração cheio de carências que se apega? Devemos dar voz e seguir este coração? Não creio...
Isto é um mero exemplo de como vásanas são poderosos na hora de produzir pensamentos e como isso influência a nossa "saúde" fisica, mental e a nossa ação. A "faxina", a "limpeza" começa de dentro para fora. O brilho e alegria dum olhar e sorriso são o espelho do que pensamos e sentimos!
Permitir-se observar, analisar, compreender e decidir "lutar" por mudar, já é um grito de liberdade!
Namastê