A palavra yoga chegou até mim não porque tive a sorte de
cruzar com alguma obra de professor Hermógenes, Iyengar ou outra que falasse da
profundidade do seu propósito.
A palavra yoga chegou até mim porque desfolhei uma revista,
naveguei na internet e entendi ser uma actividade que proporcionava equilíbrio e
flexibilidade.
Com a gravidez da minha filhota decidi procurar esse tal
yoga. Foi uma gestação muito bela e feliz e sem dúvida que aquelas práticas contribuíram
de alguma forma para tudo isso.
Mas… a profundidade do que significa essa pequena e tão
valiosa palavra, chega à posteriori.
Felizmente, encontrei alguém que soube transmitir a mensagem
e que, dedicadamente, nos passou o ensinamento.
Mas… não fica por aqui… a profundidade do seu entendimento
acontece a cada novo dia, olhar, sensação, emoção, sentimento, pensamento…
Facilmente nos podemos equivocar criando conceitos e ideias
baseadas numa imagem construída pelo que nossos sentidos captam, em conjunto com
as nossas crenças e valores. E aí, nossas motivações podem ser única e exclusivamente
afagar necessidades, carências e desejos egoístas.
Quando iniciamos a caminhada e observamos à nossa volta
outros yoguis, tendemos a achar que para tal é importante total habilidade em
desempenhar todos os fantásticos ásanas ou posturas físicas, é importante
viajar para a Índia para o Brasil e se possível o mundo inteiro, é importante
frequentar cursos, obter certificados, é importante conhecer e aparecer… . Nossos olhos apenas enxergam uma imagem e nossa
mente apenas entende nossas crenças e valores que são o fruto de experiências…
Não é comum ênfase ao conjunto de valores que determinam uma
atitude favorável a um estado de yoga, que implica estudo, auto estudo, auto
análise, prática, atenção e observação constante. Não é comum ouvir a importância
de um compromisso fiel e verdadeiro consigo mesmo. Não é comum ouvir a
importância de questionar e se questionar. Não é comum ouvir a importância de
descer de pedestais por nós criados...
E depois?
Depois, estaremos caminhando por essa vida fora desperdiçando
a oportunidade de descobrir a beleza em todas as pessoas, em todos os seres, em
todas as coisas. Estamos deitando janela fora o imenso amor que habita no
peito, a felicidade plena e a gloriosa existência…
Porque escrevo isto, perguntam?
Encontrei eu amor
incondicional? Encontrei eu olhar tão puro e real?
Não… apenas entendo, olhando para mim mesma, o que me rouba a
possibilidade de tamanha grandiosidade.
Namastê.
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