imagem retirada da internet
Quando ouço e aprecio
os ensinamento de vedanta, eu pergunto porque não cresci ouvindo estas
palavras… certamente elas me poupariam de tanto sofrimento, de tantas dúvidas,
de tantos medos, da tamanha agonia de me ver sem me reconhecer, entender. Da
crueldade de menosprezar o mais puro e simples. Das infâmias. Das tentativas
frustradas de parecer alguém porque alguém te fez crer que precisas ser alguém…
mas o que é alguém?
Escrevo estas
palavras com muita emoção no peito! Choro de alegria! Como se a uma criança enclausurada,
amedrontada, tímida, fechada, fosse dada a chave da libertação, da vida, do
amor, do reencontro… uma chave que sempre esteve ali, com ela, por ela,
camuflada em coloridos e sedosos véus com o dom de atrair, distrair e por
ignorância da sua natureza, destruir…
Escrevo estas
palavras com um tanto de revolta! E choro! Choro de tristeza. Quão miserável é
caminhar desconhecendo o que se encontra por detrás de fantasias, sonhos, dramas,
romances, paixões, terrores, desejos, raiva, medo… Quanta guerrilhas, batalhas
em nós…
Que tristes e fugazes
vitórias…
Como lamento… a
exacerbada corrida de chegar algum lado…
Como lamento as
descabidas tentativas de me ver, de me fazer ver, especial, diferente,
importante…
Como tenho vontade de
me abraçar, de ficar a sós comigo, de sentar e conversar sobre o tanto que se
passou, sobre o tanto que se passa, sobre o tanto susceptível de se passar… sem
exigências, sem ais ou lamúrias, sem querer nada em troca, sem expectativas…
Como tenho vontade de
me sentir profundamente! De caminhar em direcção ao essencial e fundamental e
aí permanecer… acomodando, amando, acolhendo devaneios e loucuras, tristezas e
alegrias, amores e desamores, ora rindo, ora chorando…
Basta! O que sou já
É…
Deus… conceda-me a
clareza, o discernimento, a sabedoria, que permitam o disfrute dessa realidade!
Que permaneça na roda, no jogo da vida, activa, presente, consciente e no
repouso da paz, amor, compaixão!
Deus… conceda-me a
sua mão para que aprenda este estar e caminhar… eu o desaprendi…
Deus… conceda-me
coragem para expressar verdade… eu a temo…
Sónia.
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