terça-feira, 10 de maio de 2016

Reflexão # 57 - O Papel do Mestre...

imagem retirada da internet 

Por vezes ouço dizer “ Eu não acredito em mestres! Eu sou meu mestre” e penso como está equivocado todo um processo que é natural, fundamental, essencial da existência e busca humana por entendimento da sua realidade livre, plena e feliz.
Se refletirmos um pouco, com uma mente que discerne a influência de crenças, valores, medos nos seus posicionamentos, veremos como é lógica e fundamental essa relação e como sem ela é impossível obter o autoconhecimento. Não falo do conhecimento de emoções, pensamentos, individualidade, identidade, humanidade. Falo do conhecimento do que não é humano mas que está na base da sua realidade e que para ser transmitido precisa necessariamente de um meio, processo, papel, relação.
Desde cedo ela se manifesta para nós… primeiro pela mão de pai e mãe, depois pelos professores da escola, amigos, familiares, filósofos, pensadores e por aí vai…
Algo nos move nessa direção permitindo a nossa sobrevivência, existência… como se fosse algo intrínseco na criação, fruto de uma supra e sofisticada inteligência que a própria mente jamais alcançará.
Talvez o conceito de mestre esteja enrolado em tanta aberração que se escuta, vive, observa, crê a pontos de perder o fio à meada de nós mesmos. Talvez o nosso autocentramento nos roube a possibilidade de sentir, compreender a sua sacralidade ou até mesmo os nossos medos, feridas e traumas mais profundos.
De facto quando o coração reconhece o mestre nas palavras, silêncio, posição, movimento, um imenso brilho acontece iluminando cada recanto da mente, corpo, emoções… Alimentar, nutrir vícios, tendências, mentiras torna-se insustentável e naturalmente aparece uma outra visão, que apesar de sempre presente, não era alcançada.
Que se abra o coração para receber as bênçãos dos mestres. Possam eles nos emprestar suas mentes lúcidas para auxiliar a nossa caminhada pela floresta escura, em busca da fonte do mais valioso e nutritivo alimento, que é o amor.
Possamos nós através dos seus olhos reconhecer com verdade e realidade quem somos. Possamos nós contar e compor a nossa história, acolhendo as nossas dores e fantasias, ora rindo, ora chorando.
Harih Om
Sónia A.

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