imagem retirada da internet
Caminhamos pelo mundo carregando nos olhos do coração uns óculos
que distorcem a realidade, reduzindo-a a meras experiências passadas que nos
deixaram feridas e um enorme filtro que aparentemente amortece a nossa dor.
Nada de certo ou errado, bonito ou feio há com o outro, senão
o tanto que ele é capaz de espelhar em nós.
A incapacidade de amar o ser humano como ele merece e sob as
mais diversas formas, reside apenas no que não sou capaz de curar dentro de
mim, do que amarro, aprisiono sem a capacidade de deixar ir com paz, com
maturidade, ternura e raiva até.
Assim vamos nós, desenfreados em exercer poder, controle sob
o outro, competindo até no que é mais subtil. Fantasiando, avivando e
reavivando velhas histórias que saciam os vícios que a mente se acostumou a
usar para se defender, proteger, preservar.
Proteger, preservar do quê de
facto?
Só se for de mim mesmo… e quando o estou a fazer usando o outro como
bode expiatório, apenas um confortável, ignorante e imaturo disfarce que me faz
rodar e rodar num ciclo de sofrimento, agonia e dependência sem fim.
Lamentavelmente vamos deixando de nos cativar com o real
valor que essa palavra merece carregar… perdemo-nos em frágeis tentativas
sedutoras, esforçamo-nos equivocadamente em agradar, fazer e ser bonito, muitas
vezes bem longe do que é autêntico em nós. Preocupados em parecer alegre,
feliz, sorridente quando internamente um coração chora clamando apenas espaço
para exercer a sua vulnerabilidade, sensibilidade.
Que possa ser esse o caminho de descoberta do amor… que
pede, que dá, que cuida e se deixa cuidar sem interesse, sem pretensão ou
desejo de afirmação.
HarihOm
Sónia A.
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