imagem retirada da internet
Problema
não são as carências, necessidades, desejos…
Problema
é ficar à sua mercê, sem um espaço para poder acolher cada momento desagradável
de dor, fugindo a sete pés, agarrando a primeira bomba de oxigénio para poder
dizer: “poxa, desta já me safei”…não que isso precise ser reprimido, mas olhado com clareza, relatividade, objectividade que merece...
O que
acontece é que o movimento é infinito e vai repetir-se incessantemente até à exaustão,
onde nem mais uma bomba de oxigénio tem efeito… saberei que a estou a usar e que não vai resolver o que é preciso...
E
aí, talvez possa ficar frente a frente com o medo da morte e todos os outros
que compõe a estrutura mental…
Tenho
para mim que quanto antes se crie empatia com a dor, quanto antes a possibilidade
de a desmistificar e de não fazer dela o monstro que atormenta as nossas vidas…
Não
é por se abrir à dor que sou mais ou menos feliz…tampouco isso se mede por sorriso
ou ausência de sorriso, por palavras proferidas ou quer que seja…
Não
é por reconhecer carências, fragilidades, necessidades que vou enfraquecer as
pernas ou a espinha…
Pelo
contrário… vou descobrir a maior força interna que me habita e que se expressa
na sensibilidade de um gesto, atitude, palavra, escolha, decisão…
Talvez
seja necessário desconstruir tantas fantasias relativamente ao amor, à felicidade,
à vida, à morte e trazer até aos nossos olhos a simplicidade, autenticidade,
espontaneidade de um coração sábio, despretensioso, tolerante, generoso, que
ampara todas as emoções e criações da mente.
Que
possamos aprender a desistir para poder persistir no reconhecimento do amor
compassivo que move a experiência humana e toda a sua diversidade.
No
final de gritar, espernear, fazer birrinha, beicinho, batalhar pela melhor chupeta,
o bombom mais delicioso, o lugar no pódio e o troféu, está tudo certo!
Que
possamos dizer “Eu cá tenho as minhas carências, necessidades, desejos,
fantasias e trabalho para relacionar-me com o facto de forma tolerante, amorosa
e generosa. Sou responsável por cada uma delas, proponho-me a acolhê-las,
escutá-las e atendê-las dentro do que está disponível para mim.
Um namaskar a todo o semelhante, a todas as circunstâncias, a todos os caminhos possíveis que contribuem para essa proposta tão bela e singela.
HarihOm
Sónia
A.
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