imagem retirada da internet
Ele pegou na mão dela…
Levou-a de olhos vendados…
Ensinou-a a reconhecer a firmeza e amparo do chão…
Que abre as portas ao coração…
Para se despir da
ilusão…
Brincou um pouco com ela…
Apontando para a
quimera…
Que a sua alma tanto
quisera…
Sentou-a, desvendando-a daquele velho tecido usado…
Convidando-a a reconhecer um tempo acabado…
E seguir em frente sem um olhar amargurado…
A dor chegou…
A voz calou…
Pensamento o vento levou…
E a saudade espreitou…
De um amor que não tocou…
A alma se despediu da esperança impostora...
Daquela intuição abusadora...
Para se entregar à vida de lavoura…
Hoje dá a mão ao devir...
Sem ter de ao amor resistir...
Saboreando o prazer de existir...
Sem esperar o amor por vir...
Ou a verdade por sentir…
(Sónia Andrade)