quinta-feira, 28 de junho de 2018

imagem retirada da internet



Ele pegou na mão dela…
Levou-a de olhos vendados…
Ensinou-a a reconhecer a firmeza e amparo do chão…
Que abre as portas ao coração…
 Para se despir da ilusão…

Brincou um pouco com ela…
 Apontando para a quimera…
 Que a sua alma tanto quisera…

Sentou-a, desvendando-a daquele velho tecido usado…
Convidando-a a reconhecer um tempo acabado…
E seguir em frente sem um olhar amargurado…

A dor chegou…
A voz calou…
Pensamento o vento levou…
E a saudade espreitou…
De um amor que não tocou…

A alma se despediu da esperança impostora...
Daquela intuição abusadora...
Para se entregar à vida de lavoura…

Hoje dá a mão ao devir...
Sem ter de ao amor resistir...
Saboreando o prazer de existir...
Sem esperar o amor por vir...
Ou a verdade por sentir…

(Sónia Andrade)

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