quinta-feira, 3 de abril de 2014

Descobrindo o Amor...


O arco íris é um fenómeno meteorológico muito bonito de se observar, que acontece quando num céu carregado de nuvens escuras e chuva, os raios de sol brilham. Ontem enquanto olhava isso e via a criança que coloquei no mundo, correr de felicidade por sentir a chuva no seu rosto, pensei “como não vivenciar, perceber, sentir e entender a beleza de Ser e Existir?” Tal questão fez-me reflectir no quanto caminhamos em sentido contrário. Crescemos e vivemos querendo ser tudo, ignorando que o tudo já É. Crescemos e vivemos de olhos bem fechados para a nossa realidade… a realidade que faz de nós um ser humano. E deste modo, convencidos por fictícios conceitos de humanidade, amor, lealdade, felicidade, vamo-nos afastando mais e mais de nós, dos outros e da possibilidade de vislumbrar o que é Ser. Mas… nada pode impedir a nossa natureza de ser porque ela não é separada do Ser… e lá nas profundezas continua a querer se revelar, manifestar, gritando por atenção, acolhimento e amor. Neste intervalo entra em cena a mente…criando e recriando as mais sofisticadas formas de atender a necessidades, que ao contrário, não se criam apenas são! Paralelamente e inebriada em princípios e valores montados em e por conveniências sociais, politicas, religiosas, menosprezando o mais simples, espontâneo, belo e natural em nós, entra nas mais tenebrosas guerrilhas, conduzindo o individuo à lama, à dor, ao sofrimento. E assim se vai andando, correndo contra o tempo, tentando a todo o custo consumir o que, equivocadamente, julgamos ser fonte de felicidade, plenitude. De tanto cansaço nos desesperamos, porque efectivamente nada tem capacidade de nos fazer sentir completos, inteiros e plenamente felizes. Isso é obra de quem ousa despir-se de tudo aquilo que criou em volta de si… de quem questiona criticamente sentimentos e emoções, de quem corajosamente se olha com verdade, honestidade, de quem humildemente se entrega ao genuíno interesse de se ver… conectar-se com o mais íntimo de si, aceitando, abraçando e amando a condição que faz de nós um ser que sente, que ri, que chora, é caminhar em direcção ao vislumbre do que existe de mais grandioso e belo: o Amor.
Vale a pena olhar além o céu carregado de nuvens negras e chuva intensa… por detrás sempre estará raios de sol que brilham… e se por ventura teimamos em não querer ver, sempre pode aparecer as cores do arco íris para nos fazer lembrar.

Om

Sónia 

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