quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Reflexão # 37 - O Professor e as Crianças...

                                                                  imagem retirada da internet


O que leva uma criança a revelar indisponibilidade para escutar o que um professor tem a dizer?
E porque a levamos a ficar disponível à base do autoritarismo, do “quem manda aqui sou eu”, faz o que te digo! Quando é que paramos para olhar as efectivas necessidades da criança acima de objectivos pré-estabelecidos, expectativas, padrões? Quando seremos capazes, de ao invés questionar o comportamento da criança, questionar o nosso? Quando seremos audazes para olhar a criança como um ser inteiro que apenas precisa de acolhimento, compreensão, tolerância para poder explorar o mundo ao seu ritmo?
Não será a sua indisponibilidade apenas um reflexo da nossa? Quantas vezes escutamos com toda a atenção e presença uma criança?
Debruçamo-nos sobre as nossas tendências, padrões? Observamos nossas atitudes?
Daremos nós importância a todo o conteúdo das suas palavras, gestos sem nos perdermos nos nossos pensamentos, expectativas e afazeres?
Perguntemos a nós mesmos, com toda a honestidade, sinceridade, profundidade, a forma como gostaríamos de ser tratados, ouvidos e atendidos! É exactamente a forma como uma criança gostaria…
A criança é como uma flor, delicada, sensível que se vai embrutecendo, crendo que é a forma de sobreviver e se defender num meio tão adverso.
Essa criança também habita em nós.
Anseia poder ser exactamente aquilo que é… delicada, sensível como uma flor… mas a vida e os tempos embruteceram-na tanto que hoje se olha incapaz, digna de tal feito! E é esta mesma criança, escondida por detrás dos nossos cabelos brancos e rugas, que ao ver a outra se embrutecer se revolta, indigna, etc. Na verdade o que ela quer mesmo é ver na outra o espelho daquilo que é… delicada, sensível como uma flor…
Mas as garras da ignorância são atrozes… deitando por terra a possibilidade de se viver com todo o esplendor…  
E assim vamos comunicando com as nossas crianças… deixando-as à margem de si mesmas, do imenso potencial, criatividade, amor, suavidade, delicadeza…
Todas estas palavras são fruto do que questiono e observo em mim… de uma mente limitada, imperfeita, condicionada para expressar o imenso que habita no peito…
Consciente e triste de tal facto, apenas resta descer dos pedestais e humildemente trabalhar aprendendo a parar, esperar e sobretudo rezar!  
Om
Sónia.


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