imagem retirada da internet
Estas
palavras surgem de uma reflexão sobre ego, do como nos podemos equivocar quando
o abordamos e do quão importante é reconhecê-lo.
Várias vezes ouço, num tom de
revolta e desconsideração, o individuo que aponta e julga outro individuo
porque alimenta o seu ego. No meio de tanta emoção acabo por ver dois egos,
onde um ego aponta o outro ego. Um valoriza algo que não encontra no outro e
com facilidade se alimenta do facto, criando separação.
Outra
coisa que já ouvi foi: “estou a matar o meu ego”. Ego não se mata e essas
palavras são proferidas pelo desejo do próprio ego. Se assim fosse talvez nem
sequer estivéssemos nesta jornada de busca e entendimento de quem sou. O ego
tem o seu papel e o que podemos vislumbrar é uma espécie de purificação, uma
qualificação para que a mente possa ver além de si mesma.
Então, toda a vez que uma voz interior condene, aprove, desaprove, julgue, avalie fazendo-me crer que o outro é desadequado, diferente, separado de mim, saibamos que é função do ego. Não há nada de errado contando que não me identifique com tal e tome as suas dores. Inclusive esse mecanismo serve para me posicionar, dinamizar. Que o use a favor de um reconhecimento e entendimento profundo de quem sou, imutável, sempre presente e não separado do todo.
Então, toda a vez que uma voz interior condene, aprove, desaprove, julgue, avalie fazendo-me crer que o outro é desadequado, diferente, separado de mim, saibamos que é função do ego. Não há nada de errado contando que não me identifique com tal e tome as suas dores. Inclusive esse mecanismo serve para me posicionar, dinamizar. Que o use a favor de um reconhecimento e entendimento profundo de quem sou, imutável, sempre presente e não separado do todo.
Há uma
voz dentro de nós que aponta, julga, avalia, separa, determina…
Ela
assume diversos tons, ritmos, melodias…
E
conduz-nos por entre variadíssimas danças…
Umas
com o dom de nos libertar outras com o dom de nos avassalar…
Se uso
essa voz para me ver dançando, cônscio de que não sou dança nem dançarino, contribuirei
para uma alquimia mental e rejúbilo…
Eu, o
outro, a dança, o dançarino, dançando, sou…
Se a uso crente que sou dança, dançarino dançando,
contribuirei para me colocar à mercê…
Do
prazer, desprazer…
Do
certo, errado…
Do
mais, menos…
Bom,
mau…
Do
sofrimento…
Eu, o
outro, a dança, o dançarino, dançando, separados, desintegrados…
(Sónia Andrade)
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