imagem retirada da internet
Vivemos
um constante e permanente pedido de socorro que ao longo dos tempos vai
assumindo as mais diversas formas, refinando-se, direccionando-se,
organizando-se no tempo. Se nos atentarmos, manipulados pelas próprias necessidades
humanas contidas na panóplia de emoções e sentimentos que nos impulsionam no
mundo dual de aparentes criações, destruições, bondades, maldades, tristezas e
alegrias, uniões, separações e por aí vai.
Na
verdade o que todos procuramos, por si só e em si só, é o encontro com a nossa
realidade inteira, plena, feliz e livre que cessa o natural e essencial desejo
por realização e plenitude. Essa necessidade é intrínseca ao ser humano,
fundamental portanto e a razão da sua existência e propósito de vida.
É
facto que podemos vivê-la esquecidos, assumindo uma espécie de amnésia
aparentemente conveniente, confortável, dopados pelas mais diversas pílulas instantâneas
que o mundo externo oferece, mas jamais conscientes de quem somos com verdade e
realidade.
Quando
num rasgo de lucidez a mente reconhece como percepciona o mundo, pessoas, vida,
existência, propósitos de forma tão frágil, superficial, limitada, condicionada
e equivocada, vai querer munir-se de ferramentas que a ajudem numa espécie de
reeducação, reestruturação e reorganização que lhe permitam não só o vislumbre
do que é sempre presente, eterno, imutável, como a habilidade para se
relacionar com isso. Como se houvesse a necessidade de se restabelecer para se
estabelecer numa visão sobre e além de si mesma.
Quando
decidimos procurar ajuda perto de uma tradição de ensinamento, guru, mestre,
terapias, estamos num natural pedido de socorro que nos será concebido dentro
de uma inteligência maior e nas doses apropriadas para cada um. Quando o
paciente reconhece a possibilidade de cura a todo o momento vai desejar
acelerar o processo, controlar, dominar… vai querer saber todos os
procedimentos, dominá-los na perfeição, apropriar-se… vai querer estar junto
dos “médicos da selva”, da comunidade que os acompanha e assiste, de expor-se,
doar-se com a mesma inocência, pureza, curiosidade, interesse de uma criança.
Este é uma espécie de nível 3 do vídeo game onde aprimoramos as qualidades para
poder receber a “cura” e onde sublimamos os ímpetos que nos conduzem a uma espécie
de desespero, ansiedade que encobrem e comprometem os nossos olhos lúcidos, o
nosso coração amoroso e compassivo e a sincronia do nosso corpo na perfeita melodia
que toca para nós…
Desejaremos
apreciar toda essa dinâmica, envolver-se no drama, assumir os personagens,
caracterizar o cenário, abrir o pano, apresentar ao público para quando o pano
voltar a fechar reconhecer que nada existe de verdade… pedido de socorro,
médico da selva, assistentes, cura, e que tudo é montado apenas e só para poder
apreciar a graciosidade, sacralidade e beleza da realidade que sustenta a
possibilidade de contar uma história…
HarihOm
Sónia
A.
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