segunda-feira, 6 de março de 2017

Reflexão # 94 - A beleza dos personagens que me habitam...

imagem retirada da internet 

A nossa mente é habitada por inúmeros personagens. O patinho feio, o vitima, o manipulador, o todo-poderoso, o carente, o sarcástico, o arrogante, o salvador, o bomzinho, o inteligente, o intelectual, o sonhador, o conquistador e por aí vai numa infinidade de nomes. O nome na verdade pouco importa e apenas se trata de uma tentativa de expressar, comunicar. Toda essa panóplia não é mais do que energia fundamental para me conduzir num reconhecimento e alinhamento com a realidade de cada um de nós. Perdemos muito tempo temendo abraçar cada forma de energia, desperdiçando a oportunidade de através dela realizar o que cada um de facto deseja. Descobrir-se feliz e naturalmente amoroso. Não adianta simplesmente estampar um sorriso, mirabolar estratégias, manter uma pose e performance e autoconvencer-se que essas coisinhas feias e ruins não fazem parte do cenário mental. A todo o momento vou estar apenas e só a criar uma espécie de fortaleza e uma gigante distância de mim mesmo. Preocupamo-nos demasiado em conquistar o mundo, pessoas, ideias, sonhos e fantasias, ignorando que a beleza de tudo isso é fazê-lo em consciência, presença, entrega e num movimento compassivo, gentil, honesto, verdadeiro e amoroso.  
É a ignorância, o instinto de sobrevivência que nos leva por tais caminhos. Desde cedo aprendemos o que é certo, errado, bonito, feio, aceite, não aceite, admirado, não admirado, montando uma autoimagem, conceitos, preconceitos relativamente ao mundo, às pessoas e suas relações, dinâmicas. Desde cedo condicionamos, bloqueamos esse fluxo energético criativo, que revela dons, talentos e nos alinha com o propósito de vida.
Reconhecer que não somos esse fluxo energético, que não somos pensamentos, nem emoções traz-nos um espaço para poder respirar cada um profundamente, um espaço para parar, escutar, um espaço que nos oferece a liberdade de escolher, decidir. Tenho livre arbítrio para alimentar cada um deles nas suas exigências, desejos, vontades que saciem seus pequenos interesses pessoais ou oferecer-lhes a mão para os conduzir num crescimento, maturidade com todo o amor, dedicação e atenção. Sou livre para decidir ser um fantoche ou não, sou livre para escolher ser feliz ou não, para ser escravo ou não, para me apresentar incessantemente mascarado ou não. Felicidade, liberdade são condição humana. Não se conquista, reconhece-se e como tal preciso trilhar o caminho com sabedoria, humildade, honestidade, coragem, força interna e muita compaixão.
A mente não é imperfeita, tampouco as nossas emoções, a nossa história, imagem, movimento, fluxo… tudo compõe o campo perfeito para vislumbrar o que preciso e não necessariamente o que gosto.
Keep going…
HarihOm
S.

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