imagem retirada da internet
Observando-me,
observando situações, circunstâncias constato o quanto somos vítimas de nós
mesmos, o quanto somos responsáveis não só pela escolha das nossas acções, como
pelo processamento dos nossos sentimentos e emoções.
Não há
nada de errado com as emoções! É uma bênção poder senti-las, experiencia-las.
Elas são ferramentas para que nos possamos ver mais um tanto. Elas são a linha
mestra que nos conduz ao entendimento da humanidade em nós, das necessidades que
nos fazem olhar uns para os outros fundamentalmente, sem diferença. Emoções e
sentimentos são o que são e estão aí para me ajudar, para me virar do avesso,
para aprender amar e ser amado, para rir de alegria, chorar de tristeza, para
sentir raiva com injustiças, para sentir revolta com incompreensões, para me
posicionar, para decidir, para criar, para desejar, para me mover, fazer
crescer, descobrir, reconhecer.
Como
vivemos em armaduras de ferro! Como nos defendemos do mundo, das pessoas, da
vida! Como tememos nos ver vulneráveis, frágeis, carentes! E como desejamos
descobrir-nos espontâneos, simples, amorosos, felizes e em paz!
Aparentemente
um “beco sem saída” … a ânsia de controlar as pessoas, o mundo, a ânsia de ser
amado, reconhecido, valorizado… a ânsia de ser especial, maior, melhor,
diferente… a alegria porque tenho, a tristeza porque não tenho, a euforia
porque consegui, o desespero porque não… a sede, o desejo de correr, fazer,
saber, descobrir, experienciar, determinar… não tem fim… e neste movimento dinâmico,
fluido, julgamos, condenamos, punimos pessoas, nós mesmos, ideias, situações, circunstâncias,
apenas e só porque ignoramos que tudo é um mero espelho do que vibra em nós… um
espelho que reflecte as minhas necessidades, as minhas carências, o meu amor
frustrado, a cor, a luz que sou e não enxergo…
Culpa,
medo, vergonha, depressão, raiva são meros "disfarces" de algo bem maior e belo
sempre presente.
Querer
viver uma vida equilibrada, objectiva, focada e em paz, não passa por querer
controlar emoções, ter domínio sobre as emoções ou o quer que seja… Isso será
sempre uma busca sem fim, disfarçada em erróneas convicções de que afinal
controlamos alguma coisa…
Talvez
tenhamos de nos dar a oportunidade de viver e sentir emoções na sua plenitude…
sem reprimir, sem condenar. Deixar que se manifestem, acolhendo e abraçando
cada uma delas tal qual fazemos com uma criança.
E de coração leve e
solto, com mente desperta e aguçada, entender que a “saída” é reconhecer quem
sou eu apesar de mim mesmo!
Como diz a Sara Tavares “ Voa borboleta, abri bôs asas e
voá, mesmo se vida bai amanhã”
Om
Sónia