sábado, 29 de agosto de 2015

Reflexão # 48 - Disponibilidade Para Livre Amar...

imagem retirada da internet

Amor é sempre um tema que gostamos de ler, ouvir falar. Ele é inspiração de grandes romances, dramas, tragédias. É cantado, recitado, dançado, pintado… 
Procuramo-lo das mais diversas formas em relações, situações, circunstâncias… não tem como o contrário…o amor é a essência da vida…ela é concebida por e para amar.
Quantas vezes ficamos desesperados e em dor porque perdemos um amor, uma relação, uma estória? Sentindo que o mundo acabou de desabar na cabeça, perdidos em si mesmos e sem o mínimo controlo do que sentir, pensar? Revoltados, indignados, magoados, rejeitados, condenando, julgando, avaliando quem e o quê está certo, errado, quem e o quê é bom, mau?
Na verdade tudo o que aparentemente é um caos está numa perfeita ordem, num movimento inteligente que nos dinamiza e contribui para que um amadurecimento possa ocorrer.
Há uma verdade por detrás de toda a relação que não permite sustentar uma farsa, uma mentira, uma ignorância. E por isso somos testemunhas de tanta crueldade, sofrimento, tristeza, frustração, medo… podemos passar a vida inteira presos a uma crença, ideia do que é uma relação e o que ela efectivamente representa, condenados a omitir, esconder, ignorar o que nos faz estar juntos ou afastados uns dos outros.
De facto a maioria de nós não está verdadeiramente disponível para livre amar… não está verdadeiramente disponível para conhecer e acolher o outro…. Apenas projectamos a todo o momento o que reina dentro de nós…
Vamos pensar um pouco como isso é tão óbvio… Como eu posso estar disponível para conhecer e acolher o outro se nem mesmo a mim eu conheço e acolho? Como eu posso ter a pretensão de afirmar que esta ou aquela pessoa, esta ou aquela situação, esta ou aquela circunstância resolve a minha inquietação, a minha sede por amor puro, livre, espontâneo, natural? Como posso eu não sentir resistência? Como posso eu me entregar se fujo de mim mesma, se me evito, escondo, escamoteio, engano? A todo o momento eu apenas estou a pedir socorro para que me possa ver, acolher e entregar… e erroneamente transfiro para o outro essa responsabilidade... como pode? Não pode… é como andar de montanha russa, é como entrar num complexo labirinto e voltar sempre ao ponto de partida. 
Om
Sónia.

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