terça-feira, 8 de setembro de 2015

Reflexão # 47 - A Natureza Da Crítica...

imagem retirada da internet

Decidir expor-se através das mais diversas formas implica sujeição à crítica…
Mas afinal o que é a crítica? Porque tantas vezes a tememos?
Crítica não é mais do que um julgamento à luz de um conjunto de valores estabelecidos na mente. Por essa razão as observamos tão diversas, tão variáveis de pessoa para pessoa. Julgar a crítica de positiva ou negativa, construtiva ou destrutiva é exactamente o mesmo mecanismo. Um facto que está a ser avaliado à luz do que considero e valorizo. Não há nada de errado e esse é o mecanismo natural da mente. Por essa razão nos apetrechamos de meios que contribuam para a sua qualificação, purificação, criando um estado favorável não só para ser ver, acolher, como para entender que não é a “rainha da cocada preta”. A crítica só é dramática quando existe a forte convicção e visão de que ela é susceptível de acrescer ou diminuir algo ao meu Ser. Estaremos presos a uma busca desesperada e sem sentido por um corpo, mente, emoções perfeitos, aceites à luz da superficialidade de um mero pacote, de mera imagem.
Então como se relacionar com ela? Entendendo o que se encontra atrás de um julgamento. Existem sentimentos e necessidades em todos nós. É isso que nos move e dinamiza. Então, podemos estar perante uma pessoa que se sente preocupada, porque tem uma necessidade de contribuição, e vestir o papel de crítica, opinando que poderia ou deveria ser assim. Podemos estar perante uma pessoa que se sente revoltada, porque tem uma necessidade por justiça, verdade, e vestir o papel do crítico sarcástico. Podemos estar perante uma pessoa que se sente amargurada porque tem uma necessidade por amor e vestir o papel do crítico simpático. Podemos estar perante uma pessoa que sente inveja porque tem uma necessidade por produção, criação e vestir o papel do crítico desaforado.  E por aí vai... numa infinidade de possibilidades. Colocar a responsabilidade, o valor, reconhecimento do quer que seja numa avaliação externa é a sua "sentença de morte". Não é por acaso que se diz “não se pode agradar a gregos e a troianos”.
Então como eu posso receber uma crítica?
Receber com clareza, discernimento, objectividade e humildade. Perceber o fundamento e se contribui ou não efectivamente na minha vida. Para tal olhar, preciso executar o mesmo processo que desconstrói o meu julgamento, colocando-me perante o que é básico e fundamental. Assim poderei escolher e decidir com liberdade e maturidade.  

Om
Sónia.

Sem comentários:

Enviar um comentário