quarta-feira, 29 de junho de 2016

Reflexão # 63 - Eu e os Outros?!

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Saberei que estou montado na auto-imagem que criei de mim mesmo, vida, pessoas, filhos, papéis e até mesmo espiritualidade, amorosidade, toda a vez que alimento uma fantasia, julgamento, que de alguma forma me faz sentir especial, superior ou inferior, detentor de sábios conhecimentos que me colocam numa espécie de gaiola, para não correr o risco de me misturar, influenciar ou quer que seja…  
Na verdade, quando o faço relativamente ao que se apresenta externamente, estou primeiramente a cultivá-lo dentro de mim…
Quando me vejo silenciosamente a pensar “ Poxa, de facto esta gente não tem consciência nenhuma do que faz!” e alimento essa conversa com piedade, indignação, revolta ou até amorosidade, apenas estou a fazê-lo comigo mesmo. Portanto, é importante ficar esperto relativamente ao que nutro...
O que me rouba a possibilidade de acolher o outro na sua diferença, momento que vive é apenas e só o resultado de uma espécie de escravidão ao que julgo ser eu mesmo, ao que busco incessantemente me tornar na tentativa de vislumbrar uma perfeição, equilíbrio, estado de contentamento, satisfação plena, felicidade…
Óbvio que morreremos na praia… mesmo que a saúde seja perfeita, a energia auto-regulada, as experiências prazerosas, enriquecedoras e a vida sob as mais sofisticadas e maravilhosas "rodas"…
Não adianta…cedo ou tarde vai manifestar-se insuficiente para me dar o imenso, pleno que de verdade busco e sou…
Portanto… melhor mesmo é aprender a colocar cada coisa no lugar que merece… tratá-las com a relatividade que lhes cabe e debruçar-se, verdadeiramente, numa investigação de quem sou eu além de todas essas coisas que descaradamente nos contam grandes mentiras e nos fazem crer no como estamos na linha da frente a pilotar esta nossa vidinha…
HarihOm
Sónia A.

terça-feira, 28 de junho de 2016

Pensamentos Soltos # 70

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Não adianta contrariar mentalmente um movimento interno na tentativa de alimentar uma imagem criada à luz do que consideramos bom, mau, aceite, não aceite, certo ou errado…
Se num momento me vejo profundamente triste, na lama, numa espécie de beco sem saída, desejando alguém ou coisa alguma que me faça respiração boca a boca para novo fôlego, que me permita ver o filme, o drama… que as emoções se manifestem livremente… que chore, grite, fique aninhada, encolhida, em silêncio, quieta ou quer que seja… que me imagine sentada numa sala de cinema só para mim… que faça play, pausa, repeat na medida daquilo que me sentir capaz de experienciar… O problema não é a tristeza, cair na lama, estender um braço para que graça divina auxilie… isso não é sinonimo de fraqueza, fim do mundo, vida… o problema é o conceito, imagem que associo à emoção, ao cenário… de facto, só vivendo-a exactamente como se apresenta, poderei sentir vida, força, pureza, amorosidade…
Poderei aprender a erguer-me conduzindo com delicadeza e compaixão, vulnerabilidades, fragilidades, carências e ser a actriz principal da mais bela história e declaração de amor…
Portanto… vale a pena comprar o bilhete…
HarihOm  
Sónia A.

domingo, 26 de junho de 2016

Reflexão # 62 - O Ego tem um quê de impostor...

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Se ousarmos olhar e analisar os nossos pensamentos, desconstruindo cada um deles, analisando a sua raiz, perceberemos como na maioria das vezes apenas são o fruto do que alimentamos à luz de gostos, aversões, carências e desejos. Como são voláteis, mutáveis e dentro de um puro interesse pessoal de se ver fonte de amor.
Quantos de nós já não se viu a criar as mais hilariantes fantasias, a alimentar, criar discursos, teorias, justificativas para fenómenos, situações, circunstâncias? A adivinhar o que outros pensam, sentem sem tampouco ousar questionar, intuindo e concluindo como verdade absoluta? A deduzir, arquitectar, crendo no que supostamente o coração diz? O ego tem um quê de impostor… com facilidade encontrará os mais sofisticados e ardilosos mecanismos para assumir o controlo. Vai criar deuses, fadas, duendes, almas do outro mundo, energias suspeitas e tudo mais para continuar no trono… saberá discursar sobre todas essas coisas, reduzindo a realidade a tudo aquilo que alimenta o senso de identidade. É uma atitude meio desesperada de agarrar nas suas mãos o que aparentemente traz segurança, protecção, amor. A todo o momento procuramos as melhores moletas para conseguir realizar o nosso caminho. Elas variam de acordo com o momento que vivemos, o que valorizamos e para onde queremos ir. Óbvio que tudo isto faz parte de um jogo, onde todos estão a jogar, mas é importante trazer consciência e pouco a pouco, ir deixando pelo caminho as moletas, reconhecendo que é possível seguir em frente, descobrir nova forma de ver os passos que dou, a caminhada que trilho e o verdadeiro, real propósito dela.
Cada um está por si mesmo, tentando sobreviver, galgando os muros que impedem a visão clara e precisa de quem sou eu. Tudo o que almejo é reconhecer-me amor, compaixão, plenitude, felicidade. Mas embriagado em ignorância coloco tal feito nas mãos do que é externo a mim e muitas vezes de um jeito tão subtil que só mesmo coragem, determinação, foco, honestidade, objectividade para ultrapassar tamanho obstáculo.
A dor é profunda mas com ela vem um campo interno aberto, disponível para deixar que pessoas, experiências, situações, circunstâncias passem sem querer nenhuma em nossas mãos… sem perder tempo com criações fantasiosas e desprovidas de realidade, aprendendo, sorrindo com cada uma delas, usando-as como ferramenta de observação, interpretação, contemplação, apreciação do que mais puro, simples, espontâneo habita em nós.
Certa vez ouvi do meu professor que normalmente os fenómenos da vida não são o que planeamos e hoje essa frase faz muito sentido na minha cabeça e coração. Que graça, sabor, entusiasmo teria esta vida se só estivéssemos à mercê de uma mente maluca, bipolar, interesseira que usa as mais diversas máscaras e se auto-convence da capacidade de exercer poder, controlo, domínio? Certamente já estaríamos todos exterminados sem tampouco ter apreciado um bom momento, que normalmente acontece quando ela por instantes relaxa e presta atenção no que se encontra ao seu redor… por vezes percebido numa piada, num silêncio, numa emoção…
Que possamos nos reconhecer um belo jardim com flores de infinitas formas, que Deus planta… possam os nossos sentidos, intelecto apreciar essa obra de arte e contribuir com aquilo que compete a cada um… possamos ter o discernimento, clareza, humildade, ausência de orgulho e arrogância para o fazer com a mesma graciosidade.
HarihOm
Sónia A.



  

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Reflexão # 61 - Complexidade da Mente Humana

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Hoje reflectia sobre a complexidade da mente humana e como os trâmites da forma como opera são dotados de um conjunto de predisposições, as quais, só uma pequenina parte está ao nosso alcance de compreensão e visão. 
Reconhecer isso internamente, não como uma crença mas sim como algo que se constata, que se auto evidencia, é criar um espaço, um campo aberto para sentar, apreciar e com imparcialidade, escutar, abraçar e amparar.
De facto, quando nos descolamos da ideia que este corpo, mente e emoções sou Eu, algo surpreendente acontece, como se a mente tivesse entrado e sentado diante de um terapeuta para, relaxada, entregue, firme e confiante, contar-se e revelar-se sem preconceitos, medos.
Ela espera esse momento como a criança espera o colo, amparo da mãe e do pai, para contar os seus devaneios, os seus sentimentos, medos, agonias, dores e fantasias.
Passamos a maior parte do tempo a renegar esse encontro, distraídos entre as histórias de encantar, de terror, produzidas nela mesma, alimentadas por toxicidades que viciam, e que aparentemente são susceptíveis de nos trazer a felicidade e paz que tanto almejamos.
Quando permiti-mos que se apresente diante dos nossos olhos exactamente como é, saberemos como carrega uma espécie de loucura, bipolaridade, imaturidade e simultaneamente uma inteligência capaz de transformar tudo isso em arte, sabedoria, conhecimento, maturidade, amor, compaixão, apenas e só por reconhecer a sua base fundamental e básica.
Olhando tantos fenómenos tristes, cruéis e brutais no mundo, um choro, uma incredulidade nos abate e muitas vezes sem que uma lágrima caia do rosto…
Todos carregamos uma dor… uma dor que aparentemente parece só nossa, mas que na verdade não é… a dor é existencial, universal e precisa ser olhada com clareza, discernimento, lucidez, amor na palavra e na acção sincera, verdadeira, honesta. E repare que não adianta ser o santo, o bem feitor, moralista… urge a necessidade de ser o guerreiro… que pega na espada e batalha pela verdade, certo dos obstáculos, adversidades, poder do “inimigo”…
Seria de grande serviço oferecer às nossas crianças, adolescentes a possibilidade de crescerem a saber da existência dessa realidade e de cedo, serem conduzidas nesse vislumbre, tendo em conta os vários momentos de vida, maturidade por onde passa a existência humana. Abrir para a possibilidade de os apetrechar de ferramentas, de condições favoráveis, propícias. Talvez valores na sociedade precisassem de ser invertidos para que tal se propagasse, não como um projeto de vida que pertence a poucos, mas como condição ao alcance de todos.
Talvez pais, filhos, amigos, comunidades, grupos precisem expor-se mais. Falar do que sentem, pensam, fantasiam, desejam, gostariam, queriam. E que todas essas palavras saíssem o mais nuas possíveis, livres de querer parecer alguma coisa em detrimento do que se é em verdade. Ainda que elas possam doer a quem as ouve, são dotadas de tanto amor que libertam, descansam.
Passar a mão pela cabeça e dizer “como eu te compreendo”, “vai passar”, “Deus sabe o que faz”, não resolve! Preciso contar-me, responsabilizar-me, querer-me, resgatar-me! Preciso indignar-me, lamentar-me da farsa, mentira que me permito viver! Preciso inclusive questionar Deus, questionar esta ordem maior! Preciso entregar-me, não como um acto que me faz festinhas na barriga e me leva a passear, entretendo-me por mais uns tempos, mas como constatação de que em verdade nada controlo, nada escolho e decido.
HarihOm
Sónia Andrade.

sábado, 4 de junho de 2016

Reflexão # 60 - Amor-Próprio e Auto-Estima

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Hoje reflectia sobre a palavra auto estima e como crescemos a ouvir sobre a sua importância, num sentido tão equivocado enquanto contributo nas nossas vidas.
Na verdade, tratamos o fenómeno com tanta superficialidade que a todo o momento estamos a trabalhar na produção de uma auto imagem, reforçando o nosso senso de carência, limitação e inadequação. Se nos atentarmos aos estímulos externos, percebemos como eles simplesmente alimentam a infinita ignorância, fundamental à natural e espontânea busca do ser humano por felicidade e libertação. Se prestarmos atenção aos movimentos de uma criança, percebemos que desde cedo ela procura ver-se através dos olhos do outro. Então, ela vai procurar o colo, o afecto, o elogio do pai, mãe para se poder ver fonte de amor e assim sobreviver, realizando, passo a passo, a busca da sua condição humana. Nascer, crescer, morrer, descobrir, criar, sofrer não é mais do que esse mecanismo dinâmico e supra inteligente, de perfeita condução ao que se tem e precisa viver, experienciar, para se reconhecer livre, pleno e feliz.
Até aqui tudo certo.
No entanto, é muito comum associar amor-próprio e auto estima à forma como me apresento fisicamente, intelectualmente, emocionalmente e por aí vai. Certamente já nos deparámos com a necessidade de pintar os cabelos brancos porque a sua aparência é sinónimo de desleixe, descuidado por si mesmo, necessidade de acabar com a celulite, os pontos negros, corrigir o nariz, os seios, apetrechar-se das roupas da moda, adoptar uma atitude mais rebelde optando pela diferença e colocando-se com alguma extravagância, usar uma posição de firmeza e segurança baseada numa performance, numa forma linguística e corporal, usar o conhecimento intelectual, cultural, usar inclusive formas de se expor emocionalmente, inteligente e maduro. São infinitas as possibilidades com que cada um se apresenta ao mundo, expressando a sua personalidade com todas as limitações e condicionamentos inerentes ao seu papel e propósito. Tudo certo também. Em todo o caso, nada disso reflecte, verdadeiramente, auto estima ou amor-próprio, no sentido que a palavra merece.
Estima, amor por si mesmo é fruto do reconhecimento da minha natureza fundamental que permite desejar o bom trato, o cuidado, a escuta, a delicadeza, a doçura. Conduzir um ser nessa direcção, é apontar-lhe o caminho interno que precisa trilhar, conhecer, proporcionando-lhe momentos de atenção, escuta, amor, comunicação amorosa e pacífica, aprendizagem de valores e sobretudo, exposição verdadeira e sincera da vulnerabilidade, carência humana.
De nada adianta correr atrás do mundo lá fora… serei sempre um sedento que morre no deserto enquanto mira uma gota de água…
Que triste, fugaz, cansativo, doentio, doloroso isso é…
De que vale o cabelo preto, branco, louro, curto ou careca se não me permito sentir o balanço e o frescor do vento…
De que vale o nariz pequeno, grande, torto ou direito se não me permito sentir a fragância fresca de uma essência de sândalo no corpo ou da rosa do jardim…
De que adianta o meu ventre, os meus seios, grandes ou pequenos, se não me permito senti-los como obra divina, fruto do prazer, do alimento, da vida…
De que adiantam os meus pés, orelhas, mãos, grandes ou pequenos, se não me permito pisar a terra, escutar, apreciar os pássaros a cantar, dar a mão…
Afinal, para que serve este corpo, esta mente, este fluxo de pensar e sentir, senão para caminhar na direcção desse amor em mim mesmo, por mim mesmo, que me impulsiona à estima, ao cuidado básico, fundamental, amoroso e nutritivo?
Porque tendo a colocá-los à mercê de comparações, competições, desejos de poder ser aceite, respeitado, amado, valorizado, apreciado? De que base vem o conceito de amor-próprio e auto estima?
Eu quero amar e estimar a imagem que tenho de mim mesmo e por sua vez do outro? Ou quero amar o que sou, aqui e agora, nu, despido, acolhendo, abraçando, apreciando a beleza que não é susceptível de ser manipulada?
Até quando eu vou coleccionar "upgrades" que fantasiosamente contribuem para o chamado amor-próprio?
Quando eu vou ousar tirar os óculos que carrego, que me iludem, distraem da realidade e fazem de mim o mendigo de amor que se faz passar por aquele que tem elevada, reduzida ou nenhuma auto estima?
Saiba que não precisa sequer dizer ou transmitir que se ama, que se estima…
Amor é a sua condição… e tais afirmações perdem o seu sentido lógico…
E se por ventura diz que não se ama ou estima, saiba que é mero fruto da ignorância que precisa ser removida através de um meio de conhecimento e não de um conjunto de objectos que saciam momentaneamente carências e necessidades. 
Harih Om
Sónia Andrade

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Reflexão # 59 - Namaskar aos Pés do Mestre

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Hoje, enquanto conduzia e regressava a casa veio ao pensamento o acto de realizar um namaskar aos pés do mestre, professor e com ele uma reflexão que me conduziu ao que de mais íntimo, sincero consigo ver e sentir.
Por estes dias terminou uma breve etapa no processo de estudo de vedanta, que trouxe consigo revelações, transformações e um olhar mais atento, presente, focado, direccionado para o que existe de verdade. A mira assume outra trajectória, a mente não se distrai e algo se vai revelando e desvelando num movimento que é preciso, próprio e único. Permanecemos e simultaneamente dançamos o ritmo, melodia, compasso que nos é oferecido.
Nem sempre essa dança é confortável, prazerosa, previsível e dentro dos contornos que se desejaria ou planearia, no entanto, apresenta-se com a forma que mais me serve, que mais contribuiu para o que necessito ver, compreender, reconhecer, integrar.
A mente esperneia tal qual uma criança que decide fazer uma birra porque a mãe não comprou a boneca que mais gostava… mas entretanto vai passar… vamos parar, conversar e outros valores se vão erguer, tornando aquele desejo muito pequeno e caprichoso.
Quando assisti ao término de uma etapa, à entrega de um diploma que simboliza aquele momento e à reverência dos alunos aos pés do mestre, pude sentir uma bela emoção que se manifestou num sorriso acompanhado por algumas lágrimas também. Deixei-a bailar pelo meu corpo e no silêncio refleti sobre ela, certa de tinha muito para me contar e revelar.
Ao pensamento veio o meu percurso com todos os seus contornos e recordei como num determinado momento um namaskar aos pés do mestre é realizado com toda a naturalidade e espontaneidade. Curvar-se aos pés do mestre é curvar-se diante da inteligência e ordem maior que ampara e nutre o personagem que se está a viver. Quando ele reconhece o seu papel e vislumbra a sua realidade, reconhece o papel do mestre e a sua gratidão a ele por decidir vesti-lo.  
Talvez num outro momento esse gesto seja difícil, forçado e visto como algo que é protocolar, tradicional, causando desconforto e ausência de uma vontade espontânea de o fazer. Mas está tudo certo e faz parte. Se prestarmos bastante atenção, o mestre, o professor não está diante de nós para avaliar isso… não vamos ser mais ou menos gostados, aceites ou apreciados por… o mestre sabe que aquela acção não lhe pertence, não é dirigida ao seu personagem, ao seu papel. Por isso ele mantém-se equânime, servindo apenas de canal e espelho para que outros se possam ver, reconhecer e libertar.
Harih Om
Sónia Andrade.




quarta-feira, 1 de junho de 2016

Pensamentos Soltos # 69

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Dons e talentos não são condições de seres especiais, afortunados, escolhidos e abençoados por Deus…
Todos nós somos bênção de Deus, carregando dentro de si dons e talentos que assumem as mais diversas formas e contornos…
Talvez precise despir-me de mim e nu, escutar-me com muita atenção…
A ideia que crio do que é um dom, talento é que me conduz a endeusar, escorraçar eu, uns e outros…
Talvez entre nós caminhem grandes sábios, vestidos de mendigos, discretos, silenciosos que reconheceram o seu dom e talento nessa exata forma e contorno… 

  Harih Om
 (Sónia Andrade)