segunda-feira, 27 de março de 2017

Reflexão # 97 - Abandono Emocional

imagem retirada da internet 

Todos nós carregamos a síndrome do abandono emocional. Faz parte da condição humana e do jogo onde todos assumimos posições e papéis. A ordem perfeita de toda a existência vai colocar no tabuleiro as pessoas, as situações, as circunstâncias que mais precisamos e não necessariamente o que mais gostaríamos. Toda a vez que tentarmos entender com o olho da lógica vamos chegar a um mesmo ponto que nos confidencia a limitação, condicionamento, fragilidade, relatividade do facto. Um dia, cansados de tanta volta e reviravolta, com uma mente que não se conforma e que ousa questionar, iniciaremos uma viagem aparentemente tenebrosa, bastante dolorosa mas com um imenso para ofertar em nossas mãos. A beleza de poder sentir sem máscara a subtileza, a inteligência e dureza da ferida existencial que revela a vulnerabilidade humana, trazendo consigo o maior de todos os tesouros da espécie, o amor e compaixão. A grandeza de se doar ao outro por linhas travessas, servindo-o com o espelho que mostra o rosto, a forma do que foi criado em si, para que de si possa sair e vislumbrar o que une, ampara, nutre e ilumina.
Abençoado movimento de todo e cada um. Abençoado papel, abençoado teatro, cena, cenário. Abençoadas as histórias de vida. Abençoado o pai a mãe que se doaram com o tanto que podiam e sabiam. Abençoados os companheiros e companheiras, os amores e desamores, os desejos realizados e não realizados, os sonhos sonhados e não sonhados. As dúvidas, as paixões, as fantasias, as quedas, as lutas, as exigências, as expectativas. Abençoadas as palavras, abençoado o silêncio, abençoado o julgamento e aquele profundo lamento.
Estamos juntos, a brincar de ser criança, carregando um abandono que nos acompanhará, dando oportunidade de a cada novo dia contribuir para a maturidade desse menino, dessa menina… não tem regra, tampouco qualificação ou quantificação… tem presença, atenção e reconhecimento de muito amor no coração.
Não há melhor, não há pior, não há o mais ou menos iluminado, o perfeito ou imperfeito.
Há gente, pessoas que merecem ser tratadas com o melhor que em todas habita.
HarihOm

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