segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Reflexão # 89 - Uma Flor Perdida no Deserto

imagem retirada da internet 

Se nascemos completamente abertos para pedir, receber e expressar-se espontaneamente, por onde nos perdemos e como nos perdemos?
Como nos transformamos em exímios construtores de muralhas, muros que arrefecem o coração? Contidos nos afectos mais doces que escancaram a nossa vulnerabilidade e fragilidade, na exacta forma e medida da nossa força interna, integridade, dignidade.
Inábeis a comunicar sentimentos, emoções, reprimindo a beleza de os manifestar. Presos no medo, orgulho, vergonha de pedir, dividir e se expor.
Giramos ao contrário, incessantemente atrás do próprio rabo, iludidos por imagens que idealizamos, adiando reconhecer o verdadeiro tesouro que se carrega.
Aprendemos a silenciar o que não deveria ser silenciado e gritamos aos sete ventos o que é dispensável. A todo o momento renegamos sensibilidade, embrutecendo o que nasceu delicado e digno de ser cuidado como uma flor que não tem género, idade ou classe social. Basta de criar histórias, de alimentar culpa e culpados, as vitimas e os vitimados, que nos afastam da autorresponsabilidade e da possibilidade de crescer e amadurecer.
Que possamos ter compaixão por cada um de nós que não sabe e soube fazer diferente mas que se compromete com verdade no desejo de o poder fazer.
De facto, todos nós necessitamos ver-nos fontes de amor e por essa razão nos movemos e dinamizamos das mais variadas formas, procurando a relação consigo mesmo, pessoas, animais, natureza.
Essa é a essência da vida e todas as forças nos conduzem para esse reconhecimento.
Que possamos perdoar e nos perdoar e de cabeça erguida, destemido caminhar, viajar, orar, amar e essa flor perdida no deserto resgatar…
HarihOm
Sónia A.   

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