quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Pensamentos Soltos # 88

imagens retiradas da internet 

A verdade é que não tem, nem nunca teve, um objeto capaz de curar nossas dores…
Pessoas, experiências, um mero espelho do que é preciso ser refletido diante dos nossos olhos…
Não há o incapaz, o especial, a vítima, o insensível, o sedutor, o melhor, o pior, o bonito, o feio, o certo, o errado, ou quer que seja…
Isso são meras distracções temporárias, um entretenimento que pode durar vidas e tudo certo… faz parte do jogo, da jornada de cada um…
Há seres divinos que atravessam, torpeçam e acompanham o nosso caminhar…seres que nos emprestam a sua existência, a sua expressão, o seu modo e personalidade para nos confidenciar mais um pouco sobre nós mesmos…
Que se faça um namaskar a cada um que a cada novo dia surja na nossa vida e sob as mais variadas formas…
Sentir-se amado, desejado, aceite, querido, reconhecido nada tem a ver com o que se apresenta do lado de fora…
Na verdade, apenas posso saciar as minhas carências e necessidades, por não o fazer diante de mim mesmo, criando dependência… tudo certo também… faz parte do jogo e da jornada…
Nada de errado há com mente, corpo, emoções, sentimentos, desejos, necessidades, carências… o ser humano está aí para ser cuidado, amado, querido, desejado, apreciado, porque amor, beleza, compaixão é a sua essência, que move a busca, o despertar, as escolhas e decisões…
Olhar-se além de tudo isso e encontrar uma libertação em tudo isso e apesar disso, é apenas o entendimento do que não lhe pertence e que apenas o compõe…
HarihOm
Sónia A. 

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Pensamentos Soltos # 87


Os braços abrem, as mãos largam e o coração deixa ir, no entendimento da ordem inteligente do tudo que flui ao ritmo das forças de um devir, que te reajustam a todo o instante…
Querer agarrar é ancorar-se ao seu sofrimento e contribuir para o dos demais…
É cultivar raiva, revolta, tristeza, arrogância, orgulho que nos empurram muitas vezes para um labirinto astuto, dissimulado e disfarçado por belas, pomposas e cheirosas rosas artificiais.
Talvez a oportunidade de poder largar seja a maior declaração de amor para si mesmo e demais. Sem máscaras… sorrindo, chorando e lamentando também, porque não?
Que possamos aprender a esboçar o sorriso mais belo de todos… aquele que nem sempre se estampa no rosto, que se abre no peito para apreciar dor, tristeza, alegria e se contentar com o passo a passo de todos e cada um, por este maravilhoso e belo caminho que é a vida!

HarihOm

(Sónia A.) 

terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Reflexão # 79 - A Era Das Pessoas Especiais...

imagem retirada da internet 

Nenhuma flor do jardim se julga mais ou menos especial que outra…
Todas são terra, ar, água, espaço e fogo…
Cada uma assume uma forma única que a identifica.
As rosas têm espinhos, a tulipa um caule frágil e as margaridas pétalas delgadas…
O Sol brilha para todas, a chuva dá de beber a cada uma e todas são dignas de compor um belo e perfumado jardim…
Só mesmo a loucura da mente humana para elaborar tal cilada…
Profundamente ninguém quer ser especial.
Todos procuramos o mesmo e não nos contentamos com migalhas…
Todos queremos ser flor…
Todos queremos amor fundamental, essencial…
Tanto que nos perdemos num ciclo sem fim de desejos, experiências, sonhos.
Corremos à velocidade da nossa ignorância infinita, saciando uma dor que é existencial.
Esconder-se atrás do conceito especial é perder a oportunidade de expressar sentimentos, emoções, de se vulnerabilizar, sensibilizar, humildar, pacificar…
Quando aponto e digo que o outro é especial, roubo de mim a faculdade de encontrar o tesouro que me habita, conto mentiras atrás de mentiras que incomodam o coração, que o inquietam… talvez possa ser cómodo para uma mente que um dia se auto julgou incapaz, indigna, insensível para tal proposta, mas são muito frágeis… algo maior se ergue para nos confidenciar o contrário. Por vezes através de linhas travessas e caminhos sinuosos… forças que nos impulsionam a desbravar, porque inconformados. Elas são subtis, manifestas na sombra que cada um carrega… está tudo certo! Que se abrace o fenómeno e se faça a cada novo dia um namaskar.
Vivemos a era das pessoas especiais…presas em si mesmas…presas a uma imagem que apesar de inevitável é pura fantasia…
Vivemos a era da felicidade servida como fast food que entope as nossas faculdades para pensar, criticar, reflectir, sentir, ouvir, escutar…
Vivemos a era da estampa de sorrisos, poses, estatutos em nome de acalento, admiração sem tampouco chegarem ao coração…
Queremos mais…muito mais…
Queremos autenticidade, queremos testemunhos sinceros, honestos…
Queremos empatia com a luz, com a sombra…
Queremos sensibilidade para acolher a dor do outro…
Queremos aprender a reconhecê-la porque nos é familiar…
Queremos saber ficar em silêncio…
Queremos saber abrir mão e deixar ir o que tiver que ir…
Queremos saber que autoestima é só mais um conceito…
Queremos saber que na verdade não precisamos amar o que somos…o que somos já é amor…
Queremos saber que nada nos separa ainda que a ignorância seja infinita…
HarihOm
Sónia A.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Pensamentos Soltos # 86

foto de João Pereira 


Dor não se supera...
Dor reconhece-se, acolhe-se, entrega-se e agradece-se...
Desejar superar uma dor, um mero mecanismo de defesa, amortecimento, instinto de sobrevivência...
Fugir à dor, escamoteando-a por mil e um artifícios, uma mera resistência ao impulso natural da necessidade do coração em expressar a sua vulnerabilidade... 
Orgulho cego...
Dor talvez seja o presente concedido na nossa mão para fazer brotar a bela, gentil, perfumada flor que habita o coração...

(Sónia A.) 

sábado, 14 de janeiro de 2017

Pensamentos Soltos # 85

foto de João Pereira 

Se um dia parar para olhar o sol que sorrateiramente projecta o seu brilho, calor, luz, na montanha firme, imponente e permitir-me, ainda que tímido, o deslumbre, alegria, gratidão, saberei que cada passo é de encontro, união, que nada passa por mim em vão e que grande a satisfação... 

Sónia A. 

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Reflexão # 78 - Toxicodependentes Emocionais

foto de João Benjamim Pereira 


Certamente que alguns de nós já há-de ter tido a experiência de se embriagar, intoxicar de comida, bebida, droga e sair para “curtir” os amigos, a música, a noite e sentir que assim está a viver, aproveitar a vida que afinal é tão curta…
E assim vamos por muito e muito tempo, porque é de facto difícil entrar em contacto com a dor que nos liberta e nos devolve a sanidade.
A mente é bombardeada com imagens e formas que aliciam os nossos sentidos, que aliciam a nossa ignorância, que aliciam o propósito da nossa vida e busca. Podemos tomar como exemplo as redes sociais que estampam a todo o momento um conceito de felicidade, vida, liberdade, beleza que engoda o nosso senso de incapacidade, escamoteado nas tentativas de também parecer muito feliz, livre, cheio de vida, projectos, afazeres e tudo mais.
Não há nada de errado com os factos, eles são a beleza do jogo. No entanto, é importante tomar consciência para que eu possa efectivamente sorrir a par com eles.   
Certamente que também há-de estar na memória de alguns de nós os efeitos colaterais de um estado tóxico de euforia, alegria, alienação, alucinação e "curtição" momentâneas. Um corpo quebrado, uma mente pesada, lenta, indisposta e pouco disponível para o mundo, a vida, as pessoas, incapaz de apreciar o mais subtil, natural e fresco da natureza. Chama-se ressaca e a tendência de a curar é voltar ao mesmo ciclo e ritmo que me leva para bem longe de mim e dos outros.
Assim nos tornamos viciados, dependentes com probabilidade de patologia, doença e dispostos a trata-la superficialmente e à conta de outros e outros mecanismos susceptíveis de dependência e que de facto não nos tiram desse ciclo sem fim. Tudo apenas e só por medo imposto e, ou criado por falsas crenças acerca de nós mesmos…
Não muito diferente fazemos com as nossas relações. E também elas podem tornar-se, pelas nossas mãos, tóxicas e susceptíveis de nos tornar dependentes emocionais. Fazemo-lo por ignorância, por sobrevivência, imaturidade e desespero. Aparentemente felizes, alegres, satisfeitos até a “droga” fazer o seu efeito… quando ele vai embora vem a ressaca e com ela, dor, agonia, confusão e desejo de correr a sete pés em busca de outra dose… e assim vamos coleccionando relacionamentos, experiências, frustrações, amarguras, ilusões, fantasias, em busca daquilo que só está sob a responsabilidade das nossas mãos, mente, corpo, emoções.
Curar-se de si mesmo talvez seja a maior declaração de amor, talvez seja o mais íntimo de todos os relacionamentos. A forma que essa cura toma pouco importa, contando que seja o mais sincera e honesta à luz de um velho e sábio coração que na ausência de palavras conta e aponta.  
Que possamos ser aquele fruto que permanece sabiamente na árvore despida, entregue à tempestade e à bonança com confiança inata de quem vê inteligência suprema. Possa ele amadurecer o quanto precise, possa ele desprender-se do tronco quando é tempo, possa ele cair ao chão, servir com as suas sementes para que outros frutos possam nascer, crescer e amadurecer.
HarihOm
Sónia A. 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Reflexão # 77 - Quando nos deixamos de cativar?

imagem retirada da internet 

Caminhamos pelo mundo carregando nos olhos do coração uns óculos que distorcem a realidade, reduzindo-a a meras experiências passadas que nos deixaram feridas e um enorme filtro que aparentemente amortece a nossa dor.

Nada de certo ou errado, bonito ou feio há com o outro, senão o tanto que ele é capaz de espelhar em nós.
A incapacidade de amar o ser humano como ele merece e sob as mais diversas formas, reside apenas no que não sou capaz de curar dentro de mim, do que amarro, aprisiono sem a capacidade de deixar ir com paz, com maturidade, ternura e raiva até.

Assim vamos nós, desenfreados em exercer poder, controle sob o outro, competindo até no que é mais subtil. Fantasiando, avivando e reavivando velhas histórias que saciam os vícios que a mente se acostumou a usar para se defender, proteger, preservar.
Proteger, preservar do quê de facto? 
Só se for de mim mesmo… e quando o estou a fazer usando o outro como bode expiatório, apenas um confortável, ignorante e imaturo disfarce que me faz rodar e rodar num ciclo de sofrimento, agonia e dependência sem fim.
   
Lamentavelmente vamos deixando de nos cativar com o real valor que essa palavra merece carregar… perdemo-nos em frágeis tentativas sedutoras, esforçamo-nos equivocadamente em agradar, fazer e ser bonito, muitas vezes bem longe do que é autêntico em nós. Preocupados em parecer alegre, feliz, sorridente quando internamente um coração chora clamando apenas espaço para exercer a sua vulnerabilidade, sensibilidade.

Que possa ser esse o caminho de descoberta do amor… que pede, que dá, que cuida e se deixa cuidar sem interesse, sem pretensão ou desejo de afirmação.
HarihOm

Sónia A.   

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Pensamentos Soltos # 84

imagem retirada da internet 

Pensamentos, visões, reflexões um jogo de palavras lançadas cuja veracidade nunca está no seu conteúdo, interpretação… sempre será limitado, erróneo na pureza do coração que em silêncio vê, sente e sabe como ficam aquém de o poder representar, traduzir ou expressar…
Pensamentos e  palavras uma mera tentativa inspiradora de poder descobrir a sabedoria de silenciosamente escutar além de uma identidade, personalidade ou história de vida…
Não há histórias de vida reais, verdadeiras…
Há vida real…

Sónia A.  

Reflexão # 76 - Como Uma Árvore na Vida

imagem retirada da internet 

Estar na vida inteiro não é uma espécie de tudo ou nada e felicidade não se descobre à conta de aplausos de plateia, fórmulas mágicas e encantadas que nos libertam momentaneamente, viciando o corpo emocional, físico e mental a se anestesiar quando a dor aperta…felicidade não se grita, tampouco se exibe… ela É a todo o momento, incluindo nas intempéries precisas para que as árvores se dispam das folhas secas e outras possam brotar… as raízes firmes a sustentam, a mantêm erguida para acolher as forças e sabedoria da mãe, da natureza de tudo o que vive e morre…

Não é uma euforia desmedida por consumir o tanto que tem para nos oferecer…

Não é um permanente sorriso, pulo no espaço, tampouco um floreado que a todo o momento oculta os espinhos…

Estar inteiro é manter-se consciente das partes, humilde para saber que a todo o momento nada sabe e que portanto disponível para o tudo…
É silenciar, observar, escutar, permanecer sem desvanecer…

Sónia A. 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Pensamentos Soltos # 83

imagem retirada da internet 

Vida é em si relacionamento sob as mais sofisticadas e diversas formas…
A todo o momento eu estou num relacionamento que se projeta na interação com o mundo, pessoas, situações, circunstâncias…
Quando só, não poderei afirmar que não me relaciono…
Quando só, não poderei afirmar que estou sozinho…
Quando recolhido ou retirado poderei estar mais presente do que nunca para relacionar-me com autenticidade, liberdade e propósito…
A existência de pessoas físicas diante de nós, um presente dos Deuses para o expressar, experienciar, embelezando o mundo das formas… 

HarihOm
Sónia A. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Pensamentos Soltos # 82

imagem retirada da internet 

Em nós habita aquela criança que busca ver-se uma fonte de amor e que através da interacção com o mundo, pessoas procura saciar esse desejo natural.
As suas referências primárias são o pai e mãe. A todo o momento vai querer nutrir-se apelando atenção, afecto, amor, escuta. A natural condição humana sempre se vai apresentar como insuficiente para saciar plenamente esse ser.
Naturalmente vai criar os seus mecanismos de defesa para não sentir dor relativamente ao facto.
E assim se criam as nossas feridas, traumas e visão errónea de mundo, pessoas, situações e circunstâncias.
A ignorância é fundamental e a sua existência um propósito de vida para crescer, amadurecer e expandir as nossas consciências relativamente à mente humana, Deus, Amor, Felicidade.
Cada um de nós está numa jornada, num jogo altamente inteligente que nos empurra para uma visão mais ampla de nós mesmos.
Que possamos discernir suficientemente para não nos perder em julgamentos, falsos conceitos do que é certo, errado, bonito, feio. Que a nossa dor não nos cegue e que nos conduza à responsabilização por nós mesmos e nossas vidas.

Harih Om
Sónia A.