sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Refletindo...

Terminou a jornada intensiva da prática de astanga vinyasa yoga. Foi um mês de fortes e variadíssimas emoções! Houve as lágrimas, os sorrisos, as dúvidas, as certezas, o medo, a frustração, a confusão, o desespero, a calma, a tranquilidade, a paz, a superação, a dor, anseios e desejos. Uma experiência que testou limites, convicções, crenças, ideais, expectativas, tendências, conceitos e pré conceitos, valores e princípios! Uma espécie de guerra fria acontece e uma nova realidade se apresenta! Tudo aquilo que acreditava ser é questionável quando confrontada com uma série de conflitos internos! Tudo aquilo que confortável e comodamente evitava observar é trazido à tona! Não há como fugir! É o resultado de quem pretende viver consciente, de viver em verdade, livre de uma espécie de cegueira toxicodependente produzida pelo moralismo social, por valores impostos pela “máquina de fazer dinheiro” chamada sociedade!
Interessante perceber como o corpo é o veículo para essa descoberta! Como se torna ridículo olhá-lo como mero objecto de desejo, de sensualidade, de beleza estética! Ele tem tanto para nos dizer, ensinar e confidenciar! E o que fazemos? Colocamos tampões de ouvido e seguimos aquilo que nos apresentam como sendo o correcto, o aceite, o belo, o normal! E assim, na nossa ingénua ignorância, somos conduzidos por essa vida fora, até àquele dia…o dia em que sentimos a enorme vontade de acordar de um sonho cor-de-rosa ou de um pesadelo! Observar que “dar o corpo ao manifesto” permite tais descobertas, é grandioso! E só assim faz sentido dar voz à dor, às frustrações, às limitações, às tensões, ao cansaço, ao desespero! É a vontade de autoconhecimento, de libertação de amarras interiores, de contentamento permanente que dá sentido à viajem!   
Nesta minha fase embrionária começo a perceber o quão poderoso e inteligente é o processo do Yoga! Que apesar de estar ao alcance de todos nós, nem todos nós o alcançamos! Constato a necessidade permanente de persistir! A necessidade de o encarar com a seriedade de quem busca uma cura e a graça, o sentido de humor de quem faz da vida uma tela colorida!

terça-feira, 14 de junho de 2011

O processo de purificação...

Outro dos assuntos abordados nos nossos encontros.
A purificação como forma de ver a realidade tal qual ela é. Com toda a clareza e pureza! Para isso é importante iniciar o processo de purificação do corpo através da prática e da alimentação, assim como a purificação dos sentimentos, emoções e pensamentos. Tão mais tóxico que um prato de picanha é o pessimismo, a mágoa, o ódio, a inveja, o rancor and so on! 
Para o Hatha Yoga o corpo é divino, é o meio de progredir espiritualmente. Como diz Professor Hermógenes " Ser forte, ser puro, ser tranquilo são apenas condições com que o aspirante pode caminhar para a Divindade."
Ficou clara a importância de uma prática diária como forma de perceber como o beneficio se torna num néctar capaz de nos levar ao verdadeiro afinco. A alimentação vegetariana como a mais saudável e inteligente assim como estilo de vida, decisões, controle de sentimentos e emoções.
É fundamental cuidar de forma super especial o nosso jardim, cultuando bons pensamentos e boa energia!



Relação Guru Shishya

Outro tema abordado nos nossos encontros de prática e ensinamentos do yoga.
O Guru representa o professor, o mestre do conhecimento, o que tem o "peso" da experiência e Shishya o discípulo, o aluno. Falámos no processo dinâmico desta relação e como o mestre ajuda a despertar o yoga que há em cada sisya. Trata-se de um processo libertador e em direcção á autonomia. A tradição será tornar o sisya em guru. Para isso, e segundo a tradição, o discípulo era testado pelo mestre quanto à sua convicção em iniciar o processo, a jornada. O yoga deve ser buscado pela pessoa. É necessário maturidade. Perceber que os prazeres efémeros não são o caminho da felicidade. É fundamental estar pronto. 
Ficámos a conhecer a história do guru de estrume que transmite a importância da existência de um mestre, sábio, guru em todo processo  de evolução, dedicação e aprendizagem. Muito resumidamente trata-se de um guru que não só testou a verdadeira e fiel vontade do sisya em aprender, como acabou por lhe negar o  ensinamento. O  sisya convicto de que ele era o seu guru decide fazer a sua imagem em estrume e dedica-se de corpo e alma com toda a fé a aprender a ser um arqueiro. Ele não só aprende como vence numa disputa depois de ter perdido 2 dedos. Ficou claro que o guru inspira! Não só por ser um especialista em técnicas e posturas mas pelo exemplo de estilo de vida.
O guru deve ser como um baba (pai). O sisya identifica-se e sente total empatia para tornar a relação especial, intima e de troca. O sisya fala sobre os seus problemas, sentimentos e emoções e o guru transmite a sua experiência, o seu conhecimento pela vivência. 
Visualizamos o filme do Guru Pattabhi Jois, aluno de Krishnamacharya e algumas práticas guiadas. Como referências citou-se Lino Miele, David Williams ( o primeiro aluno de Pattabhi Jois), Richard Freeman, Tim Miller, Sharath Jois (neto de Pattabhi Jois).


sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Hinduísmo

Foi outro dos temas abordados. Concluímos que o Hinduísmo não é uma religião mas antes uma teoria, uma filosofia. É sanatana dharma, um código de ética, uma orientação de vida, uma tentativa de explicação do Universo, do ser. São 3 pares de darshanas com origem nos Vedas que explicam tal sabedoria superior:
Yoga e Samkya como filosofias experienciais, práticas e dinâmicas no caminho da libertação das misérias e infortúnios existenciais.
Vedanta e Mimasana. A primeira através do estudo e conhecimento do que é felicidade e como alcançá-la. É o yoga através do conhecimento. É o manual da vida. Mimasa através de rituais. É puro misticismo.
Vaisheshika e Nyaya, filosofias quase mortas na Índia que assentam num sistema analítico de teorias metafisicas.

Ainda acerca do segundo encontro...

Falou-se da filosofia do yoga enquanto caminho da felicidade, plenitude e moksa (libertação) e do conhecimento transmitido na obra Bhagavad Gita. Reflectimos sobre a questão do conflito que a obra pretende transmitir e da necessidade de agir obedecendo ao principio ético ahimsa. Foram muitas as problemáticas expostas numa tentativa de discernir o que é certo e errado, bom ou mau, and so on...
Por entre reflexões e argumentações chegámos à filosofia, cultura, tradição e sabedoria de antigos sábios que se dedicaram  e entregaram ao estudo da auto realização. Assim, ficou claro que para a filosofia do yoga não existe dualidades. Não há só matéria e só ser. Existe sim matéria e ser, chamado de Brahma. Não existe mandamentos como na religião mas sugestões para uma vida feliz, saudável aqui e agora. Defende a liberdade para criar, para ir ao encontro da verdadeira natureza e competências. Transmite um estilo de vida, uma cultura baseada nas leis naturais, na desrepressão, na ausência de interesses económicos. Propõe o svadhyaya (conhecimento de si mesmo), pretende habilitar aprendizados a serem autónomos, mestres.
Tais discussões trouxeram diversos assuntos à tona como o paradigma de waldrof, enquanto aposta na liberdade das crianças, na aprendizagem sem competição, sem pressas. A permacultura e seus princípios ecológicos, os zeitgeist movement e a sua visão quanto aos problemas e soluções sociais, o autodidacta Jake Fresco e a sua ideia de sistema de ensino actual, etc.

Estudo da Bhagavad Gita aqui

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Ayurveda

Outro tema que discutimos no segundo encontro foi ayurveda, palavra sânscrita que traduzida significa conhecimento da vida. Veda significa conhecimento e ayu significa vida.
A ayurveda faz parte da cultura do yoga. Defende, que tal como o Universo, também o corpo físico é constituído por 5 elementos base: o éter, ar, fogo, água e terra que influenciam a nossa fisiologia e determinam o equilíbrio ou desequilíbrio psicofisico. Segundo os seus princípios, esses elementos unem-se e determinam o humor biológico ou dosha de cada ser. Para a ayurveda existem três forças (Criação/movimento, conservação/transformação, união/resistência) que constituem a natureza e o ser humano. Estes tridoshas estão na base do equilíbrio ou desiquilibrio do homem e denominam-se de Vata, Pitta e Kapha. O Vata relaciona-se com criação e movimento, o pitta com conservação e transformação e o kapha por união e resistência.
Ayurveda e yoga são interdependentes. A ayurveda é a ciência  védica da cura do corpo e da mente que depende da auto transformação conseguida através do Yoga.
Falamos um pouco do que é Prakriti  e dos três Gunas (sattva, tamas e rajas) que se encontram presentes em toda a nossa acção e se organizam em prol do equilíbrio físico e mental.
O conhecimento ayurvédico é fundamental para uma alimentação e prática de yoga adequadas e em perfeita harmonia com cada um dos humores biológicos.


Nome recomendado: Márcia de Luca
Espaço virtual: Marcia de Luca 
                      Bem viver

Teste ayurvédico aqui

sexta-feira, 20 de maio de 2011

As objecções à prática...

Diz o Professor Hermógenes na sua obra, Autoperfeição com Hatha Yoga, que as objecções que colocamos na hora de praticar não passam de racionalizações, ou seja, raciocínios bem engendrados com que a mente procura justificar-se por um fracasso, às vezes de origem inconsciente.
Foi inevitável rever-me nessas racionalizações quando deixo de praticar porque a filha não deixou dormir de noite, porque é urgente preparar as formações, porque é urgente lavar, passar, limpar e cozinhar, porque agora é hora do banho, depois é hora de mamar, enfim...
É certo que desempenhar todos estes papeis requer uma pormenorizada gestão estratégica, de tempo e que nem sempre é possível dispor de 1 ou 2 horas para praticar! Confrontada com esta realidade comecei por achar impossível dedicar-me a tal filosofia! Reprimi-me algumas vezes, até ao dia em que ouvi " É preciso relativizar", em que li " O yoga é desrepressor" e " Você também pode"! 
Reflectindo acabo por perceber que o importante é o yoga e suas técnicas estarem presentes todos os dias nos actos mais simples, como levantar abrir a janela e respirar profundamente, durante alguns segundos, a brisa da manhã. Ir até à sala estender o tapete e fazer 5 saudações ao sol. Lavar os dentes com os pés bem assentes no chão, com a coluna erecta, com o peso bem distribuído, com os ombros para trás. Tomar duche e fazer contracções abdominais, etc. Depois ter consciência dos sentimentos, pensamentos, actos e emoções. Aceitar e procurar melhorar a cada novo dia.
É um começo para adoptar o "regime do yoga". 
Pequenos gestos produzem tão bons efeitos em mim que vou querer caminhar mais longe neles! Apenas tenho de me permitir vivência-los! Hoje cinco saudações ao sol, amanhã dez! Hoje a mão pousa na canela, amanhã agarra o dedo pé. Como diz o Professor Hérmogenes "de grão em grão enche a galinha o papo". Haja persistência, amor e satisfação! 
     
Posto isto...

  1. Não declinar falta de tempo. Nós sabemos criá-lo
  2. Vencer a preguiça que alguns chamam de falta de coragem
  3. Assumir o comando de nós mesmos, começar a prática na hora predeterminada cumprindo o programa que traçamos
  4. Convencermo-nos que chegaremos a realizar com perfeição as posturas mais difíceis. É preciso persistir sem desfalecimentos, as compensações estão a nossa espera
  5. Mesmo quando nos sentimos fracos e adoentados devemos praticar escolhendo as posturas adequadas
Resumindo : A proposta é  vencer todos os obstáculos reais e imaginários e dedicar-se a este grandioso empreendimento que é o Yoga.

                                                     Fonte: Autoperfeição com Hatha Yoga de Professor Hermógenes


quinta-feira, 19 de maio de 2011

Qual a importância do ásana?

O Yoga ensina que o objectivo da vida de cada um de nós é percorrer o caminho interior da alma oferecendo-nos as ferramentas e meios para o atingir. Devolver a simplicidade e a paz à mente, libertá-la da angústia e confusão é o seu propósito. Esta sensação de calma advém da prática de ásanas e pranayama. 
A prática de ásanas purifica o corpo, serena as inquietudes no corpo, fortalece ossos, músculos, corrige postura, melhora respiração e aumenta a energia. As ásanas reavivam a circulação sanguínea do corpo, purgando-o de doenças e toxinas, resultantes de um estilo de vida irregular, de hábitos pouco saudáveis e de má postura. A prática regular de alongamentos, torções, flexões e inversões restitui força e vitalidade ao corpo. Para uma boa saúde as articulações, os tecidos, os músculos, as células, os nervos, as glândulas e todos os sistemas do corpo devem estar num estado de perfeito equilíbrio e harmonia. Um corpo não saudável tende a albergar uma mente inerte, apática, indolente. É a pratica de yoga que retira a mente deste estado de indolência e a conduz a um estado mais activo.
 As ásanas fortalecem o metabolismo, a circulação linfática e a secreção hormonal, repondo o equilíbrio químico do corpo. Ainda estimula e modifica a atitude emocional, convertendo apreensão em coragem, indecisão e incompreensão numa capacidade positiva de empreendimento e a instabilidade emocional em confiança e equilíbrio mental. 
De referir que um ásana não é um mero exercício físico, não é a posição que ao longo de anos de treino um contorcionista pudesse adoptar. É sim um exercício que implica muito mais do que mera contracção ou relaxamento de certos músculos. Nela intervêm outros ingredientes como domínio muscular, ritmo, respiração, concentração, equilíbrio mental, físico e paciência.


A anatomia e o Ásana


A anatomia humana é a ciência que estuda a estrutura e a organização, interna e externa, do Homem. É fundamental adquirir conhecimento dos vários grupos regionais, sistemas e fisiologia do corpo humano já que estão envolvidos na disciplina do Yoga.
O Yoga é um sistema que visa ajudar as pessoas a atingir o seu pleno potencial e uma consciência elevada, através de técnicas ancestrais que concorrem para o desenvolvimento de todas as faculdades humanas: físicas, emocionais, mentais e espirituais. O corpo é visto como um instrumento da mente que permite crescimento e desenvolvimento pessoal, bem-estar, felicidade, consciência corporal, alívio e prevenção do stress. Permite que cada pessoa trabalhe dentro dos seus limites pessoais em prol da saúde composta pelo exercício regular, respiração adequada, repouso, relaxamento, meditação, pensamento positivo, dieta saudável e equilibrada. Antigos yoguis desenvolveram esta técnica como meio de alcançar a harmonia dentro de si próprios e em relação com o meio ambiente. O yogi cuida do seu jardim (corpo e mente) na busca da plenitude e liberdade. 
O Astanga Yoga, ensinado por Sri K. Pattabhi Jois, é um sistema atlético e fisicamente exigente que assenta em 8 princípios: yama, nyama, ásana, pranayama, pratyara, dharana, dyana e samadhi. O Yama (princípios éticos) e nyama (autocontentação) perfazem um código de conduta que define a moral e comportamento do indivíduo. As ásanas e o pranayama disciplinam o corpo e a mente através de práticas básicas que conduzem à saúde física, orgânica, psicológica e mental. O Pratyara ou desapego do mundo exterior, desvia o fluxo dos sentidos, da percepção e dos órgãos de acção dos prazeres mundanos. O Dharana ou concentração prolongada, satura a mente até ela penetrar na origem da existência e a energia intelectual consciente se dissolver no centro da alma. E quando perdemos a noção da nossa existência fragmentada diz-se que atingimos o samadhi.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

O primeiro encontro...

Os encontros de astanga vinyasa yoga são iniciados com prática matinal seguidos de transmissão de conhecimentos sobre a sua filosofia, história e técnica. 
A prática é constituida pela primeira série do sistema, chamada de yoga terapia ou yoga chikitsa,  que consiste na realização de Surya namaskar A e B seguida de posturas de pé e sentadas que purificam o corpo. Deve ser executada usando os bandhas, mula (contracção dos esfíncteres) e Udiyana (contracção da parte inferior do abdómen), e a respiração ujjayi ( respiração pelas narinas contraindo a glote tornando-se sussurrante). 
Iniciante que sou, senti dificuldades em coordenar o pranayama com as ásanas. A respiração tornou-se curta e rápida. Não realizei todas as posturas observando dificuldades de equilíbrio, permanência, flexibilidade, consciência corporal, alinhamento e força. Percebi a importância de ter todo o corpo activo, inclusive dedos das mãos e pés que devem estar bem abertos e o peso bem distribuído sob eles. Percebi ainda que é fundamental conhecer a intenção da ásana para ser executada de forma correcta afim de nutrir os devidos efeitos. 
Durante a prática, e no confronto com a minha realidade física, não fui indiferente a súbitos sentimentos de frustração e inferioridade. Sei que o yoga não é competitivo e que o efeito da prática é gradativo mediante a dedicação mas...não deixei de o sentir! O bom é que em momento algum tive vontade de desistir! Para além de pretender a auto superação é maravilhoso relaxar e ter tamanha leveza no corpo e na alma! E... é esta a altura ideal para iniciar o estudo. Falámos da história do yoga e a sua actual estrutura cronológica. Foi proposta uma reflexão quanto à importância do tema para nós e os vários pontos susceptíveis de causar polémica. Elaborei um trabalho que intitulei de "História do Yoga" apoiando-me na obra de Pedro Kupfer e em alguma pesquisa na internet. As principais dificuldades foram as relacionadas com o vocabulário sânscrito. Falámos ainda sobre a conduta ética (Yama e Nyamas) do yoga e a sua importância enquanto base fundamental. Várias são as questões que borbulham na minha cabeça! Qual o papel de um yogi na sociedade actual? Qual a actual mentalidade dos indivíduos? O que está por trás? O que aconteceria à sociedade actual se deixasse de ser capitalista? Quais as dificuldades que o aspirante a yogi encontra pelo caminho? Até que ponto a sua consciência ética não o leva à repressão?
Well, julgo que a prática, o estudo e conhecimento responderão a tais questões.                      
         

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Porquê um blog?

Já sou blogueira, em outra paragem, há aproximadamente 4 anos. Muito tenho falado das experiências da minha vida colorindo-as das mais variadíssimas maneiras. Visitando o arquivo dessa paragem consigo perceber paixões, medos, desejos, revolta, esperança, confusão, alegria, tristeza, euforia, insegurança, força, determinação e indeterminação, instabilidade, gostos e desgostos, mágoas, amor, paz, felicidade, crítica, futilidades, reflexões e afins. É bem fácil concluir que o meu ser andou muito de montanha russa! Tanto que um dia ficou cansado, desesperado e confuso. Gritava à procura de paz de espírito, as rédeas dos seus pensamentos e emoções! Gritava por equilíbrio emocional, por felicidade constante e permanente! "Entrou na urgência" no primeiro dia que descobriu que não era apenas um a habitar seu corpo! Outro ser ali crescia! Havia pesquisado, lido e ouvido a possibilidade de trabalhar o corpo e a mente através da prática dum tal de yoga. Logo pus os pés ao caminho! Um amigo falou de uma profissional exemplar e do espaço agradável onde exercia essa actividade! Assim iniciei a minha primeira prática! Foi tudo muito estranho! Não percebia o que aquelas pessoas de olhos fechados "rezavam", porque tinha de me preocupar tanto em respirar! Descobria que a minha assiduidade diária em aulas de "enfarta o ego" (BTS (Body Training Systems)) e musculação não me fizeram tão forte e ágil como julgava. Os meus braços e pernas tremiam! Torções e flexões eram verdadeiras torturas! Constatei imensas limitações! Rapidamente percebi que queria muito superá-las! Cada vez que praticava sentia um efeito diferente física e psicologicamente. Lembro que nas primeiras vezes de yoga nidra até vontade de chorar tinha! Well...o tempo foi passando, a barriga crescendo e eu renascendo! A gestação e o nascimento da minha filhota despertaram muita coisa em mim! Não queria ficar apenas pela vontade de mudar e transformar a minha forma de ver e viver a vida! Era hora de agir! E assim iniciei a formação em Astanga Vinyasa Yoga e a longa jornada em busca de liberdade e plenitude!

Quero com este espaço continuar a escrever e a partilhar a minha vivência enquanto caminhante pelos trilhos do yoga.