terça-feira, 10 de outubro de 2017

Reflexão # 109 - Brincadeira de Criança...

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Profundamente somos crianças a brincar na roda num permanente redescobrir-se através do outro… Poder conectar-se a esse movimento interno é oferecer à nossa criança a possibilidade de crescer a partir de um lugar amoroso, compassivo, recontando uma história, habilitando a mente a vestir o papel de pai e mãe que acolhe, abraça, ampara, permitindo que seja sem julgamento, sem repressão ou contenção do que a possa assolar. Emoções serão bem-vindas, pensamentos oscilantes e controversos, ignorância, limitação, imperfeição, o material necessário para que possa reconhecer-se fonte de amor, assim como a flor.
Certamente ouviremos muitas vozes internas, conheceremos os monstros, os fantasmas, as fadas, os duendes, a sensibilidade, a inteligência e a todo o momento seremos convidados a interagir com a nossa criança e a sermos responsáveis por ela. Aprender a escutá-la vai pedir de nós um silêncio, tolerância, gentileza, espaço, disponibilidade. Nem sempre vai querer brincar e entrar na roda, nem sempre vai compreender o movimento do mundo, nem sempre vai saber dizer o porquê das suas emoções, angústias e tudo certo. Criança abre o coração para expressar a sua alegria, criatividade, curiosidade, amor, da mesma forma que uma flor abre as suas pétalas para o sol, quando sustentadas e nutridas pela terra, pela água. A inteligência sempre presente é a mesma.
Apontar, julgar toda essa panóplia que ocorre na mente e corpo emocional, condenando as escolhas, decisões, acções, é como resistir à inteligência de um fluxo vital a serviço da consciência humana. Então, que possamos errar, que possamos ignorar, que possamos questionar, que possamos duvidar, que possamos não saber, que possamos relativizar, que possamos relaxar, que possamos querer e não querer… A vida não tem uma fórmula mágica e as pessoas não estão aí para saciar vazios existenciais, senão para os espelhar. Que possamos reverenciar cada um que se aproxima para nos contar um tanto mais de nós, iluminando o tão temido quarto escuro.
Com amor,
Sónia A.    

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Pensamentos Soltos # 118

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Acontece, que desejamos dos demais uma presença que tampouco reconhecemos em nós…
E por isso falamos de um amor que carece, relativo e temporário à luz da necessidade humana por eternidade, plenitude e felicidade…
Essa exigência é tal e tão subtil que é mais fácil rotular os demais de inadequados, insuficientes, insensíveis…
Esses julgamentos e outros, que nos aprisionam aos velhos padrões de sempre, maquilhados e adornados com outras roupas e cores, apenas uma espécie de protecção, defesa para não entrar em contacto com uma dor fundamental que nos libertará dessa escravidão ao sofrimento, dependência, ganância, medo de morrer, perder, cair, errar…
Ousar senti-la na pele não é um acto de heroísmo… não existem os heróis, os deuses e deusas na terra, os mágicos e as suas fórmulas…
Tudo o que existe é conhecimento disponível para todo aquele que descobre o desejo de colocar a vibração do coração na acção…
E isso nem sempre é o mais simples e normalmente, fora do que nós planeamos e idealizamos…
É preciso aprender a sentir e escutar com muita clareza e atenção essa voz do coração…
Harihom
Sónia A. 

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Reflexão # 108 - Os Escravos Das Energias...

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Como o ser humano pode crescer e libertar-se do arquétipo de vítima, quando se fala tão levianamente e sem qualquer profundidade, alimentando senso de separação, competição, reforçando, seduzindo egos, de pessoas com boa e má energia das quais preciso aproximar-me ou afastar-me? De pessoas tóxicas e não tóxicas, de pessoas com boa vibração e má vibração e por aí vai? Qual efetivamente o sentido lógico de tais rótulos e preconceitos?
Se nos atentarmos, todos nós somos dotados de toxicidade, vibrando na exata forma e medida do que contenho, retenho, alimento em mim, desejando por vezes estar só e outras, acompanhado. Haverá momentos que vou sentir que estar junto de uma e outra pessoa não me faz bem e que desejo estar junto de outras. Mas se em algum momento eu me considero especial ou inadequado por isso, estou covardemente a esconder a responsabilidade sobre mim mesmo, sobre as escolhas, as decisões e propósitos.
É lamentável como neste mundo da espiritualidade se promove tanto isso sem coerência e a seriedade que merece. Em momentos de desespero, cegos de dor e ansiosos por respostas que saciem as aflições da mente, tudo parece servir. Mas até isso, um caminho para refletir, para se ver, rever e sentir. Posso escolher ser amigo e não amigo, estar perto ou longe porque sei escutar as minhas necessidades e posso acolhê-las sem criar os malvados que acordam todos os dias com vontade de fazer a vida um inferno. O inferno só é espelhado porque existe dentro de si mesmo. Não é o outro que o monta…
Ingénuo e ignorante, estarei a colocar nas mãos do mundo uma espécie de marioneta que se move e posiciona através de crenças, na base do medo e escassez, desperdiçando tempo e espaço para ir ao encontro da força interna e poder pessoal que em todos habita. Que liberta, que une, que cura, que prospera e ama sem condição. 
Se doí? Claro! Como não? Abençoada seja! 
Quando o sentir e entender, estarei livre... livre para amar, livre para dar, livre para receber, livre para crescer, aprender, amadurecer e fortalecer o sábio coração que permanece sorrindo entre lágrimas de contradição...  
HarihOm
Sónia A.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Pensamentos Soltos # 117

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Orgulho não é mais do que renegar a inteligência e ordem perfeita de todas as coisas.
Reagir às provocações do mundo, é deitar pela janela o maior tesouro de todos os tesouros, a paz inabalável que sustenta e ampara contradições, desilusões, tristezas e até a felicidade e prosperidade alheia.
Na verdade, só mesmo a ignorância pode sustentar a inveja, o ciúme, a revolta, a raiva, o nojo. Nenhuma delas é sustentada por si mesma porque não têm realidade. O que é a inveja senão o desejo humano básico e fundamental por felicidade, eternidade e amor incondicional? O que é o ciúme, a revolta, a raiva, o nojo, senão tudo isso frustrado, corrompido pelo natural condicionamento e limitação humana?
Colocar-se diante de si mesmo com o compromisso genuíno de se rever no espelho de pessoas, situações, circunstâncias, a maior declaração de amor que se poderá escrever, contar.
É longa e dolorosa a travessia mas não tem como contornar.
Talvez ao longo dela possamos pintar e montar infinitos cenários, histórias, personagens, tramas, mas saberemos no mais intimo e profundo, que por detrás de tudo isso há algo por ver e sentir. Tão forte e real que a possibilidade de cair no chão, a bênção de todas as bênçãos, para descobrir em suas mãos a mais pura beleza de uma flor de lótus intocável pela lama suja. 
HarihOm
Sónia A. 

sábado, 2 de setembro de 2017

Pensamentos Soltos # 116

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De verdade, achar que alguém acorda com vontade de humilhar, destruir e fazer mal é mero reflexo da exacerbada importância que damos ao que por natureza é frágil e bastante subjetivo.
Alimentar essa maluqueira, é desperdiçar tempo e espaço sagrado para descobrir a real beleza da unicidade que brilha a todo o momento.
Colocar essa responsabilidade no mundo e suas pessoas, é atirar para o fundo do poço a chave que abre o cofre que habita cada um, negligenciando a possibilidade de descobrir a maior riqueza de todas as riquezas, o amor… aquele que não tem preço, espaço, tempo, condição, rosto, forma, promessa, cobrança, resignação, certo, errado, bonito ou feio. O amor que é sempre e que sustenta todas as formas… não é o amor que contém muitas formas…são as muitas formas que contêm o amor…
O ódio, a raiva, a repulsa, o nojo, a dor, a alegria, o contentamento, a nostalgia…tudo amor falando e revelando-se…
Se repugno todas essas formas em mim, como posso eu conhecer o amor? Se insisto criar uma visão de amor, como posso vislumbrá-lo sempre presente e como a fonte de toda a criação?
Que se deixai cair por terra as falsas e ilógicas crenças que um dia assumi como verdades…foram elas que me apunhalaram pelas costas, foram elas que colocaram diante de mim os gigantes, imponentes e prepotentes, foram elas que me desacreditaram, negligenciaram, maltrataram… abençoadas sejam, que hoje me fazem estar aqui, querendo erguer-me, integrando cada pedaço de um coração que aprendeu a sentir-se perdido, esquecido, ferido e partido.
HarihOm
Sónia A. 

quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 115

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Ganância é só uma criança ferida e perdida num labirinto que não conhece a chave da casinha onde é simples e naturalmente feliz…
É a brincadeira dela que lhe mostrará que não tem porquê querer todas as bonecas do mundo, atenção, aplausos e engolir todas as gomas, doces da loja…
Essa criança precisa de espaço para se explorar, limites para se reconhecer e muito amor para poder crescer…
Por vezes é necessário entupir-se até ao goto para o perceber…
Nada será suficiente e o grito interno sempre estará lá à espera de ser olhado, abraçado, acolhido a fim de revelar o potencial proveniente de uma força genuína, despretensiosa e o talento inato à individualidade e identidade de cada um…

HarihOm
Sónia A. 

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 114

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Medo de não ter, ser, conquistar o suficiente é mera ignorância da fonte criativa que nos habita…
Por vezes em nossas mãos vamos ter a aparente prosperidade, sucesso, amor sob a forma de dinheiro, bens materiais, seguidores, amigos, perdidos na ilusão que isso preenche o nosso corpo e alma… saberemos que é forjado quando é maior o impulso de correr atrás de tudo o que mexe, deslumbra, alicia nosso senso de competição desenfreado, desperdiçando a possibilidade de reconhecer a sua identidade e colocá-la a serviço. Saberemos que presos e escravos, a cada nó na garganta, raiva no peito, quando as nossas expectativas são frustradas.
Querer abarcar tudo em seus braços e mãos é como estar em alto mar afogando-se, esbracejando desesperadamente pedindo por socorro…
O desejo inato por sobrevivência não é o problema mas a falta de clareza do seu propósito…
Estarei usando roupas, maquilhagem, acessórios que camuflam a beleza de me ver nu, suficiente, seguro, inteiro, feliz para boiar em alto mar, entregue à força e inteligência da natureza…
HarihOm
Sónia A.  

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Reflexão # 107 - O Valor de Olhar a Solidão...

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Profundamente, não é perder pessoas e coisas que tememos mas sim a dor da desconstrução que nos coloca num espaço de vulnerabilidade…
Se pensarmos bem, pessoas, coisas despertam em nós boas e más sensações, agradáveis e desagradáveis memórias, conscientes e inconscientes, afloram necessidades, carências, satisfazem desejos, pintam uma fantasia e por ai fora. Através delas somos ofertados com a possibilidade de nos ver e rever, crescer, amadurecer e aprender a dar um e outro passo na direcção dessa essência pura, simples e espontânea que todos nós carregamos.
Quando o fluxo da vida, existência, recheado de forças opostas, contradições, impermanência, ignorância nos sacode e move, pedindo de nós as mãos que se abrem para deixar ir o que é preciso ir, sofremos com a ilusão de que estamos a perder alguém ou alguma coisa. É tão duro para um ego que não se reconhece a si mesmo, que novos cenários, histórias, fantasias, conceitos, ideias e ideais se montam para apaziguar tamanha dor e ter força nas pernas para realizar um tanto mais da travessia.
Faz parte e profundamente uma bênção. Até aquilo que nos parece cruel, errado, desonesto e tudo mais. Na verdade meros julgamentos de uma mente que pensa de acordo com os valores e crenças que construiu. O certo e errado está além das próprias necessidades, carências e não tem palavra, conceito, definição. Decidir o certo ou realizar o errado é uma linha muito ténue entre a mente que arquitecta e os olhos de um coração que vê o que sente e sente o que vê.
No final saberemos que é como se estivéssemos num tabuleiro de jogo andando duas casas para a frente, duas casas para trás, lançando o dado que nos oferece a pontuação necessária e precisa para ganhar conhecimento e saber o processo, as armadilhas, os obstáculos, os prazeres e aflições do jogo.
Temer a solidão e escassez é um artifício alimentado pelo ego que se ignora, esconde, disfarça na tentativa de se ver controlando, manipulando, dominando. Inimigo de si mesmo, saciando pequenas mentiras que lhe trazem um senso de conforto, segurança, bem-estar. Frágeis, fugazes que conduzem ao cansaço, conformismo e negação da possibilidade de resgatar o mais digno e integro em si.
Tocar a solidão é dar-se a oportunidade de entender que muitas vezes estamos juntos e rodeados de tudo o que gostamos, queremos conquistar, completamente sós, desnutridos de amor. Por isso não é obra de tudo o que o externo me oferece senão o que sou capaz de reconhecer e abraçar em mim, sozinho ou acompanhado. Talvez até tudo ganhe um outro sabor e valor. Talvez até possa humildar a mente, abrir o coração para usufruir do imenso prazer de estar em companhia doando e recebendo sem cobrança, exigência, padrões estereotipados, nutrindo e deixando-se nutrir. 
HarihOm
Sónia A. 
  

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 113

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Deixa-te morrer vivo para que possas chorar o que vai embora com a liberdade de lamentar, amar e de coração aberto largar…
A vida é morte a cada milésimo de segundo criando espaço para novos nascimentos…
Quem disse que não posso chorar o que vai? E quem disse que não posso sorrir com o que vem?
Este é o fluxo… deixa-te bailar nessa prosa infinita de se contar…

Sónia A.

Pensamentos Soltos # 112

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Romance é uma mera tonalidade da infinita pintura que é o amor…
Ousar vivê-lo é como pegar num pincel e artisticamente expressar-se na grande tela que é a vida…
Coração é livre e quando a mente desapegada, toda a valsa e salsa uma prazerosa brincadeira de criança…
A poesia de Betânia? Aquela velha lembrança…
Que faz apreciar e contemplar a beleza da presente dança…

Sónia A. 

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Reflexão # 106 - "Oh Lar, Meu Doce Lar"

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Casa só vira lar quando nela há espaço para se partilhar intimidade…
E essa? Essa não advém do quanto as pessoas se tocam, se doam fisicamente, intelectualmente…
Essa advém da própria capacidade de tocar, escutar a sua intimidade e dividi-la sob várias formas com os demais…
Se um dia me sentir capaz de abraçar, aconchegar os medos, os pensamentos, as emoções mais sombrias, cruéis e atrozes, reverenciando a inteligência de cada uma, oferecendo o espaço necessário para se manifestarem sem qualquer pudor, assumindo com toda a inteireza e integridade a responsabilidade da minha existência e acção, poderei preparar as pernas, os braços, o coração para bailar o amor que não tem tempo ou espaço, condição ou contradição, que não teme a solidão, tampouco a desilusão…
Posso soltar os cabelos, despir as roupas, cantar ao vento, mergulhar profundo nas águas cristalinas deste corpo, sentir o calor do Sol, o frio do alto mar e profundamente repousar…
Poderei dizer com toda a convicção “Oh lar, meu doce lar como te desejo partilhar" 

(Sónia Andrade)  

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Pensamentos Soltos # 111

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Amor chega como aquela dança que se revela no movimento, calando todas as palavras jogadas ao vento…
Vem com a mente nua diante da vulnerabilidade e grandeza da humanidade, desnudando corpos que se partilham e em poética melodia se exploram, doam e aninham…
Atravessa a dureza da tempestade sem perder a sua doçura, leveza e suavidade... 
Afaga o rosto, os cabelos, desvendando entre abraços, o romance de todo o coração que se anseia livre do poder da ilusão…  

(Sónia A.) 

sexta-feira, 21 de julho de 2017

Reflexão # 105 - No Fluxo das Águas do Rio...

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A vida roda, a mudança é a cada milésimo de segundo em cada célula do corpo…
A sua natureza pede a cada um de nós entrega, confiança, conexão e sintonia…
Quando nos propomos a observar, sentir com toda a atenção e disponibilidade saberemos como resistimos, como bloqueamos o que se quer manifestar para nós a todo o momento…
É delicado, profundo e inevitavelmente traz consigo dor… estamos aprender a desconstruir, a largar, a deixar ir tanta crença, apego, hábitos, vícios que de alguma forma saciam o insaciável desejo por amor, felicidade, bem-estar, alegria.
No processo nada de errado há com ressentimentos, raiva, mágoas, lamentos, desilusões, tristeza, alegria, culpa e tudo o que se manifeste. Na verdade essa é a maior bênção colocada diante do peito para que os pés sejam puxados na direção do chão para reverenciar com toda a naturalidade a grandeza, inteligência maior de toda esta existência.
Que possamos ter a coragem de ver com toda a clareza, acolher, abraçar e deixar passar pelas águas purificadoras desta grande roda da vida. Se por instantes me permitir largar e deixar ir com as águas do rio encontrarei a fonte inesgotável de vida, alegria e amor que cura, ampara, devolvendo este corpo e mente abertos, limpos para a experiencia de viver, de se relacionar, de sonhar, de construir, conquistar. Tudo aparentemente é igual no entanto com outro sabor, prazer, sabedoria e disponibilidade.

HarihOm 
Sónia A.  

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Reflexão # 104 - A Critica Destrutiva...

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Uma crítica destrutiva não é mais do que um mecanismo de defesa e proteção diante da ausência de força para ir ao encontro do vislumbre das suas próprias sombras.
A ignorância e desconexão com o que é essencial corrompe e compromete a auto estima, projectando nos demais a frustração de não se ver suficiente em si mesmo.
A dependência sempre nos colocará num ringue de luta e sangue muitas vezes disfarçado da vida ideal, confortável, conveniente, prazerosa e abundante. A natural fragilidade do fenómeno inquieta um coração que em si mesmo reconhece os trâmites subtis do jogo.
Esta dinâmica existencial é perfeita e se ao invés criticar destrutivamente o outro, questionar o desejo e necessidade de o fazer, sem condenar, julgar e genuinamente querer olhar, transcender, estarei a resgatar o poder pessoal, a integridade precisa para fazer da vida uma obra de arte e pintá-la com as cores que profundamente se deseja.
Quando o coração é assolado por uma crítica de carácter negativo, destrutivo e manipulador sabe que nada de errado há com ele. Apenas está a reflectir o que não é real, verdadeiro. A cobra venenosa é o sofrimento que cega, é a ausência de amor e respeito por si mesmo.
Aprender a transformá-las no fertilizante puro e natural que prepara a terra para belas e abundantes flores, extasiando-nos com o seu perfume, é a arte, o artista e a obra. 
HarihOm
Sónia A. 

quinta-feira, 13 de julho de 2017

Pensamentos Soltos # 110

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Não é a vulnerabilidade que nos amedronta mas as memórias inconscientes de ser ferido…
O nosso peito ora estufa, ora se encolhe… ambas formas de colocar diante de si um escudo, uma proteção, defesa para não aceder às dores que na verdade curam…
Muitas vezes foi preciso cair e esmurrar os joelhos para sentir que se é capaz e assim curar a dor de se sentir incapaz…
Quando estremecidos por um ego ferido tendemos a fazer peito, a empinar o nariz, a esquivar-se da troca de olhares e palavras, ou até mesmo a encolher o peito, a proclamar uma espécie de vitimização e até mesmo vingança… vestimos os papéis de heróis e heroínas, de deuses e deusas que alimentem a nossa profunda frustração de resistir ao que tanto anseia o coração…
Se nos atentarmos saberemos que existe uma força que puxa os nossos pés na direcção da terra enquanto o nosso olhar é convidado a ver o peito que se recolhe dentro de si mesmo para se sentir, curar, abraçar, descobrindo a força do ventre que ergue, alinha e sustenta a nossa coluna, criando espaço que nos conduz à livre expressão de falar e pensar. A mente respirar-se-á mais ampla, tolerante, compassiva, amorosa e relativa. Os gestos, as palavras, as escolhas, decisões mero reflexo de um corpo destemido do chão que ampara a sua queda e o devolve à força primordial de se erguer para a travessia que o conduz às alturas de si mesmo.
HarihOm 
Sónia A.  

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Pensamentos Soltos # 109

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Se ao invés alimentar um senso competitivo, desesperado e ansioso que alimenta a raiva, desamor, descontentamento em si mesmo, muitas vezes disfarçado em sorrisos, aparentes vitórias, prazerosas conquistas, me propuser a gentilmente abraçar essa raiva, esse desamor, dando-lhes o espaço preciso para se manifestarem, mostrarem a sua forma e voz, darei talvez o passo mais importante de toda uma vida. O passo que me guia no vislumbre da força de todas as forças, da inesgotável vida de todas as vidas e do extasiante prazer de todos os fugazes prazeres. Saberei que jamais estive só e desamparado, que jamais fui desamado e tampouco humilhado, desrespeitado. Que não tem o que perdoar, a quem perdoar, porquê perdoar… que tudo não passou de uma mera ficção onde nela me proponho curar uma ferida que tem por detrás de si a grandeza da essência do amor.

HarihOm
Sónia A. 

Pensamentos Soltos # 108

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Toda a mente humana tem em si um senso de controlo, manipulação, vingança, rancor. Não há mentes santas e totalmente boazinhas. Até o santo sabe disso. A real bondade não está associada à tentativa de criar ou produzir uma mente que tudo acolhe e tudo aceita. Assim, corremos o risco de nos tornar o lobo com pele de cordeirinho que há primeira tentativa e tentação mostrará as suas garras e dentes afiados.
A bondade é autêntica, despretensiosa, silenciosa, firme e por vezes aparentemente cruel. Não passa a mão pela cabeça e tampouco rótula o quer que seja de maior ou menor, de forte ou fraco. Ela É. Grandiosa na sua presença, simplicidade e vulnerabilidade. 

Sónia Andrade.
HarihOm. 

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Reflexão # 103 - O Valor Da Amizade

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Amizade não é um valor que se conquista e sim um valor que se reconhece…
Posso escolher ser ou não amigo sem comprometer nobre valor…
Como posso ter todos os amigos do mundo sem fazer a mínima ideia do que isso possa ser?
Na verdade esse conhecimento, posicionamento e reconhecimento precisa de ser estabelecido dentro de si, para que o possa expressar com autenticidade e desinteressadamente diante dos demais.
Pergunte-se, eu sou de facto amigo de mim mesmo? Eu reconheço amizade no meu coração enquanto valor humano? E se sim, que formas lhe dou diante de mim mesmo? Como me posiciono? O que alimento?
Querer ser amigo e amiga do mundo para sustentar uma imagem é a maior escravidão e mentira que podemos carregar. Escolher o que plantar no seu jardim, rodear-se do que efetivamente deseja e que vai ao encontro das necessidades de cada um, é uma acção consciente, digna e verdadeiramente contribuidora, sem anular, repudiar o melhor que habita o ser humano.
Não há certo ou errado, melhor ou pior, há desejos, necessidades, valores que nos aproximam e afastam uns dos outros para que cada um possa crescer, amadurecer e ver-se profundamente.
Amigos não são autocolantes de caderneta que se coleccionam para satisfazer as minhas incessantes demandas…
Amigos são bênçãos que atravessam o teu caminho para te descolar dessas crenças malucas, que vão e vêm muitas vezes silenciosamente, com pezinhos de veludo para apenas te escutar sem nada na manga, sem nada para cobrar, sem nada para exigir…
Amigo é aquele capaz de vibrar com as tuas conquistas sem precisar sorrir, bater palmas ou colocar-te num pedestal…
É aquele capaz de dizer com todo o amor que não quer ser teu amigo e que na sua inteireza liberta.
Amizade não tem conveniências e portanto, amigos também não.
Se um dia parares, olhares ao teu redor e tiveres dificuldade de encontrar um amigo, sorri. Esse é o primeiro passo para descobrires a dificuldade de ir ao encontro do reconhecimento e entendimento do valor amizade e como por conta disso nos equivocamos tanto e desperdiçamos as nossas sagradas energias, capazes de nos conduzir ao real amor que nos une.
Se um dia precisares dizer que quero ou não quero ser teu ou tua amiga, diz.
Diz com a força do que é autêntico e amoroso em ti. Essa talvez seja a mais bela e delicada declaração de amor e um primeiro passo diante do desejo de viver esta vida profundamente.
HarihOm
Sónia Andrade.

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Pensamentos Soltos # 107

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Disponibilizar-se a escutar, sem presa de calar é obra de arte a contemplar…
Partilhar o seu sentir é pedir ajuda para se despir sem querer a dor fingir…
Não tem porquê calar ou disfarçar, aflições, agonias a palpitar…
E se a tristeza, raiva ou nojo te visitar? Para quê repudiar?
São belas emoções para quem as decide abraçar…
 E de cabeça erguida partilhar…
Numa dança singela de palavras a bailar…
Elas ajudam-nos a humildar…
Para a humanidade reencontrar…
Para quê calar quando o desejo é falar?
Para quê reprimir quando o desejo é exprimir?
Deixa-te cair...
 E saboreia o dom de existir... 

(Sónia Andrade) 

terça-feira, 30 de maio de 2017

Reflexão # 102 - Reencontrando Pai e Mãe...

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Saberemos que amparados e nutridos por uma paz inabalável, quando do nosso coração brota um amor incondicional, um respeito, uma gratidão profunda pelo pai e mãe que se propuseram à grande aventura de gerar um filho, vestindo os papéis de cuidadores, protetores e que dentro das suas possibilidades, universo mental, emocional doaram o melhor de si. 
Crescer, amadurecer é ir ao encontro desse entendimento, dessa realidade sustentada por um coração que se abre com a delicadeza de uma flor e uma mente discriminativa, aguçada e conectada com a força interna que todos carregamos, mas que se encontra camuflada por tanta ignorância, fantasia, ilusão, que nos distrai e impulsiona a buscar fora o que se encontra dentro.
Saberemos que mais perto da nossa essência, quando pai e mãe estão juntos dentro de nós independente da presença física, independente da distância temporal, espacial. 
Um passo em direção a si é um passo em direção ao amoroso abraço a pai e mãe tantas vezes contido, reprimido e omitido. 
Que possamos deixar cair tanto orgulho e arrogância, que possamos curar nossas feridas e dores tão profundas, que possamos transformar tanto rancor e ódio, tanto conceito e preconceito, tanta expectativa, tanta culpa, tanta exigência…
Dentro de nós habita a terra e o céu, a água e o fogo, o amor e a paixão, ar, éter… que possamos dotar-nos de sensibilidade para os colocar a serviço do real propósito de estar vivo…
HarihOm
Sónia A. 

terça-feira, 9 de maio de 2017

Reflexão # 101 - A Relação entre Professor e Aluno

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Iniciei a prática de yoga com maior compromisso e profundidade após o nascimento da minha filha e através de uma formação intensiva em asthanga vinyasa yoga. Expor o meu corpo, mente ao método iniciou um processo de escuta, observação, trazendo à superfície padrões de pensar, sentir, agir e com isso os abençoados conflitos internos que me fizeram chegar até aqui e me impulsionam na busca pelo entendimento de quem sou. Essa é uma longa jornada que nos espreme para dar lugar ao néctar que nos habita. Desengane-se aquele que acha que é no conforto, segurança, controle, conveniência que se apresenta para nós. Usando lógica e raciocínio talvez tampouco houvessem mestres, tradições, obras sagradas, métodos, terapias e tudo mais, se afinal a vida e o entendimento do seu propósito fosse assim tão fácil e no primeiro virar de esquina. Não… talvez isso agrade os nossos sentidos, a covardia da nossa mente e o apego à identidade que carregamos. É tão subtil que até mesmo posso construir a imagem do tal professor, do iluminado, do grande conhecedor de todas as coisas ou até mesmo a imagem do descontraído que deixa a vida fluir, que é muito seguro de si e das suas convicções e que usufrui a vida com a dança que mais gosta, insensível à percepção daquela que mais precisa.
Tenho-me exposto a várias experiências, entrado em contacto com vários professores, grupos e constato que o que faz a diferença neste universo de yoga, autoconhecimento, espiritualidade é a capacidade de doar amor desinteressadamente e com a maestria de fazer do aluno um ser digno, integro pelo reconhecimento da sua natureza fundamental. Esse processo é tão profundo, inteligente, minucioso, preciso tal qual uma cirurgia, que de facto é muito raro e uma bênção quando presenteados com tal. Vestir um papel de professor e aluno requer um compromisso interno que exige de nós a capacidade de colocar fora de jogo por instantes, os nossos desejos, as nossas fantasias, as nossas carências para ser capaz de dar força ao outro de se descobrir por si mesmo. Por essa razão se diz que essa relação é tão intima, sagrada e para lá do que nos convém, do que nos dá prazer. Tarde ou cedo, esgotar-se-á e a pressa de viver, saborear roubará a oportunidade de saber o que isso é de verdade. Saber esse, que um corpo e coração reconhece numa paz inabalável, numa firmeza gentil, amorosa, compassiva que tudo acolhe, ampara.
Podemos passar a vida no ponto socorro a levar o soro necessário para se sentir melhor, com mais ânimo. O corpo e a mente aparentemente mais fortes porque as dependências são alimentadas mas logo, logo o soro acaba e o que resta é a dor da dependência que precisa ser compreendida na sua origem e raiz. Para tal, não são as palavras bonitas, os sorrisos rasgados, as belas imagens, as deliciosas experiências ou o acumulo de conhecimentos. É o compromisso interno, é o desejo de querer descobrir a força criativa da vida, a força vital por detrás da ignorância relativamente a sexualidade, segurança, sobrevivência, amor, raiva, inveja, ciúme, vingança, competição e a própria prática de yoga, métodos, meditação, técnicas de respiração e etc.  
É o compromisso de saber que yoga, energias e as mais variadas terapias são meros pontos de socorro que desempenham um papel importante, mas que por si só não respondem à força maior que nos habita e que por essa razão nos coloca num conjunto de dinâmicas que esgotem todas as tentativas frustradas.
Porque necessitamos de levar o corpo físico à performance de 6 ou 7 series de posturas propostas, por exemplo, no método do ashtanga? O que está efetivamente por detrás desse método, dessa proposta? E se por qualquer motivo ficar incapacitado de praticar? E se com todas as condições eu praticar, alcançar uma condição física aberta para percecionar energia, força, vitalidade e ainda assim sentir um vazio dentro de mim, que preciso compensar com mais e mais técnica, conhecimento, acreditando ser Deus ao invés de sentir Deus? E o que é isso de sentir Deus?
Tenho observado que é esse entendimento profundo que inspira neste meu processo e colocar-me diante das dificuldades, experiências as ferramentas necessárias para clarear a mente, direcionar os passos, escolhas, decisões e sobretudo descobrir o calor de um coração que nutre, alimenta este corpo, esta mente para que assim se possa doar, livremente, diante dos demais.  
Talvez seja esta a prosperidade, abundância da vida…
Jaya Mahalakshmi!
HarihOm
Sónia Andrade. 

domingo, 7 de maio de 2017

Pensamentos Soltos # 106

OM GAM GANAPATAYE NAMAH 

Devoção e a sua expressão sob a forma de um namaskar, mantra, reverência a deidade, puja ou a simples flor, luz junto de um altar, renasce do entendimento de um coração naturalmente amoroso sempre presente. 
Enquanto uma mente aprende a curvar-se diante da sua ignorância, orgulho, arrogância, o inato devoto apresenta-se com a força da delicadeza, que generosamente a ampara, nutre, inspira a continuar o seu processo de desconstrução e libertação. 
Pelo caminho muitas são as oferendas sob várias formas, perspectivas e o regalo de um corpo, voz, acção que se ergue em integridade, alimentando-se da sua dignidade. 
HarihOm
Sónia A. 

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Pensamentos Soltos # 105

imagem retirada da internet 

Relacionamentos são uma dança sincronizada entre um e outro passo
 que nem sempre se movem a um mesmo ritmo e compasso...

Necessária sensibilidade para escutar melodia 
Na leveza de um  corpo em plena alquimia...

 Humildade para a cada instante nada saber...
Fruto de uma mente que não deseja parecer..
E corajosa, apreciando o orgulho desvanecer...

(Sónia Andrade) 

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Reflexão # 100 - O Papel e Valor da Desilusão...

imagem retirada da internet 

"A desilusão é a visita da Verdade" - Chico Xavier  

Criar um espaço interno para permitir desiludir-se consigo mesmo e demais, é caminhar na descoberta de uma força interna que não se impõe, que não se faz por querer ser vista mas que se reconhece no silêncio, na dor gostosa que nos revela um amor que nutre, ampara, ergue na simplicidade, espontaneidade, na consciência de escassez e abundância, de carência e plenitude, dependência e libertação, alegria e tristeza, de amor e ódio, orgulho e humildade, arrogância e generosidade e um sem fim de dicotomias.
A vida é breve para não ser vivida com a intensidade, autenticidade que merece.
Perdemos tempo demais acreditando que somos todas essas máscaras que colocamos no rosto, nas palavras, nas acções.
Perdemos tempo demais desfilando os nossos limitados e condicionados conhecimentos, esgotando o espaço para apreciar algo bem maior que o permite.
Corremos demais atrás de tanto sonho, projecto de vida, condição segura, favorável, prática e conveniente, deitando pela janela a beleza de sentir a relatividade, fragilidade de toda a panóplia que seduz, encanta e nos amarra ao que é superficial, matando o real prazer e deleite de se ver, sentir para lá de todas as migalhas de amor que vamos apanhando ao longo do caminho.
HarihOm
Sónia A. 

sábado, 22 de abril de 2017

Reflexão # 99 - Puja e Tradição

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Puja é uma prática da tradição védica que coloca a nossa mente numa relação com algo maior que ela. Uma ferramenta que nos ajuda a estabelecer uma conexão com o mais intimo em nós, com uma inata devoção que não é criada à luz da mente mas reconhecida à luz da sabedoria de um coração que vê e sente a ilimitação do amor para lá da forma, tempo e espaço.
Partindo da experiência pessoal, a minha mente sempre resistiu a um processo de aprendizagem, como se não tivesse força para levar adiante método, disciplina, estudo. Como se houvesse necessidade de se esquivar diante das dificuldades e propostas. Aprendeu a desvalorizar, a alimentar um senso de incapacidade e autojulgar-se inferior. Competir, mostrar-se capaz, sabedora sempre lhe pareceu uma carga de trabalhos sem sentido e que por isso não a estimulavam.
Desejava aprender porque é bom, dá prazer, é útil, contribui, tem valor e para estar no mundo seria o suficiente.
Pois bem, hoje reconheço com felicidade e satisfação que todas essas práticas e disciplinas, de facto têm muito mais para nos confidenciar do que meros procedimentos que têm o seu valor, propósito, intenção.
Quando a dor aperta e o compromisso é consigo mesmo e sob sua responsabilidade, fazer puja é um abraço, uma mão que passa no rosto e um coração maior que nutre outro coração ferido, meio perdido e com genuína vontade de se encontrar. Penso que com o tempo há-de ser sempre aquele encontro onde reverenciamos, prazerosamente, a nossa natureza primordial, seja lá o que isso for. Todos os procedimentos e disciplina envolvida, tomam a forma do amigo, o verdadeiro amigo. Aquele que em silêncio se faz presente para te ajudar. Que contribuiu diante das tuas dificuldades com a firmeza e doçura de um velho sábio que por detrás de uma postura séria se alegra e satisfaz com a tua força, capacidade, inteligência, dedicação e entusiasmo. Que mantendo-se equânime celebra cada conquista, superação de obstáculo, desejando que brilhes com todo o teu esplendor.
Disciplina pode transformar-se em algo capaz de nos dar imenso prazer e todo o processo intelectual, uma pintura que se aprecia a cada instante.
HarihOm
Sónia A. 

segunda-feira, 17 de abril de 2017

Pensamentos Soltos # 104

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O caminho espiritual é de facto consciente quando reconhecemos a dor existencial e ousamos vivê-la com atenção, presença, responsabilidade e compromisso.
Precisamos de uma força interna para isso. Um ego que aprendeu a baixar a cabeça sem perder a dignidade e integridade, disposto a render-se a uma ordem maior que determina toda a condição corporal, mental e emocional perfeita para que cada um trilhe os caminhos que precisa. 

HarihOm
Sónia A. 

Reflexão # 98 - O Amor que Liberta

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Todo o ser humano tem necessidade por afecto, amor, atenção, cuidado. Quando essas necessidades não são atendidas, facilmente alcançamos um estado de irritabilidade, agressividade, agonia e tristeza. Como se fosse uma força motora que dá sentido à vida. 
Presos na ignorância, vamos procurar suprir junto dos demais criando um jogo de dependência. Ele só o é por ignorância e não pelas necessidades naturais humanas. 
Ir ao encontro delas com a atitude de quem pretende se nutrir de um amor que liberta, é talvez a possibilidade de usufruir do imenso prazer e beleza que é a vida. 
Diante desse prazer e beleza, cabe a nós crescer e amadurecer pelas linhas e contornos do que é Ser e Estar sem corromper o outro.
E isso? Isso é talvez o desafio e a ferramenta mais oportuna para se reconhecer amor e compassividade. 
Esta imagem védica de Krishna e Radha, simboliza essa força de um amor que alimenta, nutre e faz brilhar o que é firme, doce, vulnerável, digno e integro. Forças, energias que nos habitam e que dão forma a um corpo, um olhar, um gesto, uma escolha, decisão que contribuiu para o brilho do que é simples, despretensioso e capaz de reduzir a nada as mais hilariantes fantasias de conto de fadas, rainhas más, príncipes encantados, castelos, tronos, grandes e pomposas reverências a deuses e deusas na terra.  

HarihOm
Sónia A. 

segunda-feira, 10 de abril de 2017

Pensamentos Soltos # 103

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Fadas, princesas, reis e rainhas
As delícias do ego e suas ladainhas…
Aqui e agora mora um Ser
Que anseia se reconhecer
Fonte de amor desinteressado
Num rito que não é apressado
Pois não necessita chegar a nenhum lado…

Sónia A.

Pensamentos Soltos # 102

       imagem retirada da internet 

Não queiras dançar no palco da dor de um outrem,
Não queiras ser o remédio, tampouco o Sr. Doutor,
Sê o espectador, o espelho da tua própria dor,
Se chorares, não chores com pena,
Chora como quem lamenta a cena e contracena,
Se sorrires, sorri com alegria, pureza e leveza
Deixando cair o esforço de parecer dono de grande riqueza…

Sónia A. 

sábado, 8 de abril de 2017

Pensamentos Soltos # 101

imagem retirada da internet 

O movimento do mundo nada mais é do que um espelho que nos mostra infinitas possibilidades e nos oferece, a cada aqui e agora, oportunidade de viajar pelos caminhos mais belos e desafiantes. 
Os trilhos traçados nos recônditos do coração, a experiência mais extasiante, amorosa e compassiva que ilumina um corpo e mente desnutridos, entorpecidos e perdidos num labirinto de ferozes e fugazes desejos, ambições e fantásticas, mágicas ilusões.
Abençoada a desilusão, abençoado o sofrimento e a dor que liberta, que confidencia a pureza, a doçura e delicadeza da condição real de todo e qualquer Ser.

Sónia A. 

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Pensamentos Soltos # 100

foto de João Benjamim 

Num chão que é todo amparo, doçura, amor, compaixão, tolerância
Dançamos, sapateamos, desfilamos, atuamos…
Vestindo este, outro e aquele adorno
Incorporando esta, aquela e a outra fantasia
Num movimento inquieto, inconstante e de todo incoerente
Que oculta a beleza do Sol que se deita a poente…
Oh afortunada criatura!
Que és todo tesouro por detrás dessa armadura
Deixa essas roupas velhas caírem no chão
Tampouco temas a dor da desilusão
Que te revela a fonte de toda a criação…


Sónia A. 

segunda-feira, 27 de março de 2017

Reflexão # 97 - Abandono Emocional

imagem retirada da internet 

Todos nós carregamos a síndrome do abandono emocional. Faz parte da condição humana e do jogo onde todos assumimos posições e papéis. A ordem perfeita de toda a existência vai colocar no tabuleiro as pessoas, as situações, as circunstâncias que mais precisamos e não necessariamente o que mais gostaríamos. Toda a vez que tentarmos entender com o olho da lógica vamos chegar a um mesmo ponto que nos confidencia a limitação, condicionamento, fragilidade, relatividade do facto. Um dia, cansados de tanta volta e reviravolta, com uma mente que não se conforma e que ousa questionar, iniciaremos uma viagem aparentemente tenebrosa, bastante dolorosa mas com um imenso para ofertar em nossas mãos. A beleza de poder sentir sem máscara a subtileza, a inteligência e dureza da ferida existencial que revela a vulnerabilidade humana, trazendo consigo o maior de todos os tesouros da espécie, o amor e compaixão. A grandeza de se doar ao outro por linhas travessas, servindo-o com o espelho que mostra o rosto, a forma do que foi criado em si, para que de si possa sair e vislumbrar o que une, ampara, nutre e ilumina.
Abençoado movimento de todo e cada um. Abençoado papel, abençoado teatro, cena, cenário. Abençoadas as histórias de vida. Abençoado o pai a mãe que se doaram com o tanto que podiam e sabiam. Abençoados os companheiros e companheiras, os amores e desamores, os desejos realizados e não realizados, os sonhos sonhados e não sonhados. As dúvidas, as paixões, as fantasias, as quedas, as lutas, as exigências, as expectativas. Abençoadas as palavras, abençoado o silêncio, abençoado o julgamento e aquele profundo lamento.
Estamos juntos, a brincar de ser criança, carregando um abandono que nos acompanhará, dando oportunidade de a cada novo dia contribuir para a maturidade desse menino, dessa menina… não tem regra, tampouco qualificação ou quantificação… tem presença, atenção e reconhecimento de muito amor no coração.
Não há melhor, não há pior, não há o mais ou menos iluminado, o perfeito ou imperfeito.
Há gente, pessoas que merecem ser tratadas com o melhor que em todas habita.
HarihOm