domingo, 26 de abril de 2015

Reflexão # 46 - Empatia versus Ser Empático...

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Quantos de nós já não expressou para outro, com toda a sua espontaneidade : “gosto de ti pá!”  
E porque o fazemos tão instintivamente? Sem necessidade de pensar, justificar o quer que seja?
Falando pessoalmente, e porque já me vi numa dessas espontaneidades, como se sentimento, pensamento e fala estivessem completamente alinhados, entendo que não é mais do que o outro faz reconhecer em mim. A forma como se apresenta em palavras, gestos e atitudes faz ressoar no coração uma vibração positiva, serena, desprendida e natural. Não se trata de uns serem melhores que outros, mais ou menos especiais. Não se trata de criar o grupo dos que gosto e os que não gosto. Trata-se de reconhecer no outro, o simples, o natural, o livre, o espontâneo, o amoroso, que habita em mim. Como se de um espelho se tratasse.
Um sentimento que não vem meramente com um acto ou palavras simpáticas, nem tampouco com um permanente sorriso rasgado… é um sentimento que advém de um olhar que é puro, despretensioso, de palavras simples e verdadeiras e que portanto carregadas de sabedoria, de uma equanimidade perante o elogio ou critica, de uma serenidade inabalável no tumulto de emoções, pensamentos, proveniente da lucidez.
A empatia que me permite sentir unido, próximo e não diferente do outro não nasce do querer ser empático… não nasce das mais sofisticadas lições sobre rapport, programações neuro linguísticas e o tudo que aí se encontra disponível para apetrechar a nossa mente e proporcionar-lhe uma eficiência no mundo, nas relações. Ainda que tudo isso tenha o seu lugar e espaço, a sua função e beneficio, é pouco para uma verdadeira conexão. Aquela que se dá no mais intimo e profundo de nós. Que de poucas palavras necessita. Que dispensa simpatias. Que privilegia o silêncio à conversa da “treta”. Que não separa ou divide. Que não te amarra ou aprisiona. Que não te ilude. Que é livre do eu, meu, teu e que portanto isenta de toda e qualquer fantasia ou projecção mental.
Muitas das vezes avaliamos as nossas relações amorosas e até mesmo de amizade muito superficialmente, julgando, sem qualquer objectividade e entendimento, o que se apresenta externamente a nós. E é essa errónea percepção que conduz as nossas escolhas e decisões. Efectivamente, elas parecem não ter fim… a todo o momento o acto de um amigo vai ferir e logo estamos prontos para apontar o dedo, culpabilizar, cortar, afastar, mostrar raiva e indignação, baseados num facto externo que tantas vezes é percepcionado de um modo diferente… lógico… a única linguagem comum é a do coração… é a que faz de nós humanos, que sentem, necessitam e que portanto nos permite empatizar, unir…
O mesmo se passa nas relações amorosas… a qualquer momento eu escolho e decido baseado no que o outro faz, não faz ou poderia fazer. Como se o facto e pessoa fossem solução para o meu vazio existencial, para a minha ferida, para a minha carência, solidão, medo… igualmente sem fim… nada nem ninguém tem essa capacidade… e que triste colocar tal responsabilidade nas mãos de outro… que pobre e cruel jeito de amar…
Que possamos nos olhar com mais pureza, humildade…
Om 
Sónia.
  


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Reflexão # 45 - Comunicação Feliz...

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Um antigo professor e amigo, publicou um evento cujo título é “Comunicação Feliz”.
Para além de achar bastante interessante suscitou no meu pensamento a questão, o que faz uma comunicação feliz? O que me leva a dizer que determinado discurso, expressão, diálogo é feliz? Poderemos nos perder nas variadíssimas expressões usadas para designar algo que foi muito ou pouco inteligente, muito ou pouco agradável, muito ou pouco criativo, à luz de um conjunto de expectativas criadas em torno de desejos e crenças de cada um. Mas de facto, não serão essas conclusões a traduzir o que é uma comunicação feliz. Se assim for, frágil e pobre concepção teremos sobre o acto de comunicar, expressar, informar, transmitir.
A palavra feliz representa um sentimento associado à alegria, à espontaneidade, ao sentido de humor, ao positivismo, etc. E o que me permite comunicar desse jeito? Apenas dominar intelectualmente um assunto? Ou para além de dominar, sentir um gosto, satisfação e contentamento por fazê-lo? Mas… onde buscar? Ou será que tenho de buscar alguma coisa?
Antes, deixem que vos diga o quanto sou tímida e como sempre fui apavorada em expor-me para um público. Por muito que fosse a vontade de comunicar e explanar sobre o assunto que dominasse, a imagem criada de mim mesma e a fantasia mental do quanto e como me poderiam julgar, arruinava qualquer tentativa, agravando mais e mais a falsa ideia de incapacidade e o sentimento de inferioridade.
Até ao dia que decidi dar um basta e colocar-me ao nível do desafio… ou seja, parar de fugir, contornar e conformar com tão triste realidade sobre mim mesma.  
Descobri então que o primeiro passo é esse mesmo: dar um basta.
O segundo é desconstruir a imagem mental que criei de mim. E isso…isso é verdadeiramente transformador.
Para tanto, com coragem e ousadia, questionei de um tudo… até que cheguei à conclusão que o que me rouba a possibilidade de estabelecer uma comunicação feliz e uma feliz comunicação é o constante e incessante blábláblá de uma mente que descaradamente mente. Que me usa e abusa. Que se perde em si mesma e que só por isso fica aquém de si mesma…
Cheguei à conclusão que a comunicação feliz é proporcional ao tanto que dou de expressão ao simples, natural e espontâneo em mim. Ao tanto que me permito ser sem querer parecer ser. Ao tanto que me dou, entrego e dedico.
Cheguei à conclusão que comunicar de um jeito feliz combina com um coração aberto, uma mente liberta de julgamento e disponível para aprender, dar, receber, trocar, contribuir.
Todos temos os nossos talentos e por tanto comparar, estereotipar, idealizar,expectar, esquecemos de lhes dar forma, vida, cor!
Comunicações felizes para todos!
Om
Sónia.

Reflexão # 44 - Ser Criança...


Focar em observar, sentir a criança, prestando atenção às suas palavras, ao seu olhar, ao que a incomoda e atormenta, permitindo que expresse o seu contentamento, descontentamento, tristeza ou alegria, é um passo na direcção de uma relação harmoniosa, saudável, equilibrada e feliz. Constato que é maior a preocupação e necessidade em se fazer ouvir, notar, respeitar e obedecer. Agarramo-nos às tarefas, aos objectivos, metas a cumprir e esquecemo-nos que para tudo isso ser executado com verdadeira eficiência, a criança precisa sentir-se escutada, atendida, compreendida, acolhida. Até mesmo na acção mais cruel. Ao invés de punir, conduzir ao entendimento do impacto daquele acto na sua vida, na vida das pessoas e no todo. Se desejamos crianças e jovens responsáveis porque lhes roubamos de tenra idade essa oportunidade? Será que nós somos efectivamente responsáveis? Que conceito temos de responsabilidade? Em que medida eu sou responsável? Porque cumpro os meus deveres e obrigações? E na hora de apontar o dedo ao outro, de fazer da minha vida um mar de lamuria ou vestir incessantemente o papel de vitima? O que efectivamente estou a fazer? A ser responsável pela minha vida, com o tudo que faz parte dela, ou a colocá-la nas mãos de outro? É interessante debruçar-se sobre tal e perceber como a minha ausência de disponibilidade em olhar, sentir e compreender a criança é proporcional àquela que tenho com relação a mim mesma. Como posso estar disponível internamente, capaz de acolher, tolerar, sem questionar os meus incómodos, frustrações, expectativas? Porque é tão importante a criança ser de determinado modo, à imagem daquilo que eu acredito ser aceite, valorizado, reconhecido? Se prestarmos atenção isso apenas lhes rouba a sua espontaneidade, simplicidade, naturalidade. Óbvio que a criança vai se insurgir, gritar e manifestar na sua forma de expressão o tanto que lhe é roubado e que a afasta da sua natural amorosidade, gentileza, delicadeza, doçura.
Talvez tenhamos que as olhar mais vezes nos olhos…
Talvez tenhamos que lhes mostrar mais o como sentimos…
Talvez tenhamos de lhes dar a mão e contar-lhes como são imensas, belas e suaves além das suas palavras e gestos, tantas vezes chamadas de cruéis, feias, más…
Talvez tenhamos de lhes falar menos sobre o que é ser bem-educada e dar lugar a toda a acção que a faz compreender a sua natureza simples e generosa…
Talvez tenhamos de estar mais ao invés de querer demais…
Talvez tenhamos de olhar a nossa criança interior… 
Talvez tenhamos de lhe dar voz…
Um abraço…
Amor e compreensão…
E assim… talvez possamos ver com toda a clareza como a criança sofre num mundo que a todo o momento a castra… num mundo tão voltado para comparações, competitividades que camuflam o potencial de verdadeiros talentos, o potencial da capacidade inata de criar, imaginar, construir…um mundo com tanta beleza para se viver e descobrir mas perdido em futilidades, superficialidades…
Hoje enquanto dava uma aula de yoga, e observando uma criança que não me estava a ouvir porque completamente absorvida na sua fantasia e imaginação, pensei: O que será efectivamente melhor? Deixá-la finalizar a sua história ou fazer com que me ouça, chamando pela sua atenção? Naquele momento, e de certa forma maravilhada com a sua expressão de felicidade, achei por bem que finaliza-se.
Observando o que me rodeia constato que é tanta a preocupação de fazer tudo certinho e direitinho que a criança acaba por ser uma marioneta nas mãos dos adultos... e o pior é que ela para além de não entender o teatro, sente que ele não vai ao encontro daquilo que necessita, nem tão pouco da sua real natureza… se pudéssemos ler pensamentos talvez fossemos presenteados com:
“Porque ela me agarra desta forma no braço? O que estou a fazer de errado? Porque é errado? Eu só estava a brincar, a descobrir? Alguém me explica? Estes adultos são loucos!" 
É importante ter consciência que mesmo eu querendo que a criança me escute não é com um gesto de autoridade que o vai fazer…para além disso ela ignora a nossa necessidade, o nosso sentimento quando não o faz.
Expor os factos deste modo é contribuir verdadeiramente na educação de uma criança. Permitir que seja hábil na hora de lidar com as suas emoções e consequentemente permitir um relacionamento saudável, responsável e equilibrado consigo mesma e demais.
Vale a pena experimentar. Vale a pena dar-se a oportunidade e sentir a gratificação de uma filha que se vira para a mamã e diz” tenho vontade de te bater mas não quero”, ou “estou triste mas não sei porquê” ou “ mamã veste rápido, rápido…estou muito ansiosa para brincar” ou “mamã estás feliz comigo?”
Vale a pena dar a mão a uma criança e mostrar que não há nada de errado com ela… que crescer é assim mesmo… um tumulto de sensações, emoções, sentimentos com as quais aprendo a reconhecer-me simples e amoroso.
Om
Sónia.
 


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Reflexão # 43 - Jogo Limpo...

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Toda a vez que nos sentamos para escrever sobre alguma coisa e decidimos partilhar, dividir, estamos a dar forma às nossas necessidades humanas. O desejo de ser escutado, compreendido, de se ver um contribuidor, de se ver amado e reconhecido, dá vida até ao que há de mais bizarro nas redes sociais. De uma forma ou de outra todos somos dinamizados pelo mesmo e ganhar consciência disso apenas nos traz a possibilidade de decidir, escolher com maior clareza, objectividade e dentro de um propósito que não tem apenas em vista o alimento de um ego, que assumindo variadíssimas máscaras, é, com toda a lógica, insatisfeito, carente e insaciável.
Ao nos relacionarmos tendemos a julgar. Com facilidade rotulamos as pessoas de interessantes, chatas, inteligentes, burras, especiais, talentosas, fracassadas, bem-sucedidas, mal sucedidas, muito importantes, pouco importantes, bonitas, feias, com muito brilho, com pouco brilho, com boa onda, com má onda e por aí vai. Estabelecemos os nossos grupos de amizade, escolhemos companhias, desejamos nos assemelhar a alguém que muito admiramos, etc. É certo que tudo isto faz parte da nossa ordem psicológica, no entanto é importante compreender o jogo para que eu o possa jogar de forma limpa. Caso contrário pessoas são para mim adversários, o mundo, as situações e circunstâncias, regras do jogo e os resultados, o símbolo de vencedor ou perdedor. As minhas decisões e escolhas estarão sempre à mercê desta crença e jamais poderei entender que pessoas são só pessoas, exactamente iguais a mim, que sentem, que necessitam, que ignoram, que buscam felicidade, amor e que numa ordem cósmica se relacionam, se encontram, se desencontram, etc.
Quando ouso despir-me completamente de tudo aquilo que acredito ser o certo e errado, o bem e o mal, o desejável ou não desejável, deixo cair por terra o fardo da fantasia que tenho e devo tornar-me em alguma coisa aceite, valorizado, reconhecido e digno de ser amado e respeitado. Deixo cair por terra a dor que carrego no peito de me sentir tão separado do outro, tão distante do que é divino, puro, simples, espontâneo, amoroso e compassivo.   
Este é um trabalho a ser feito por si, em si que requer introspecção, foco, coragem, determinação e persistência. Num mundo tendencialmente voltado para o que é externo, onde aprendemos a procurar fora o que já É internamente, torna a tarefa desafiante. Então, é fundamental comprometer-se consigo mesmo, encontrar uma vontade genuína de se ver e fazer das belas palavras escutadas, lidas e estudadas a possibilidade de serem, não só entendidas intelectualmente, como reconhecidas pelo coração. Um coração que sendo livre, pleno e inteiro se sente fragmentado, dividido…
Um coração que sendo eternidade, teme…
Um coração que sendo puro, fonte inesgotável de amor se disfarça de arrogante e pretensioso…
Um coração que sendo perfeito se perde nas imperfeitas superficialidades...
Onde permanentemente nos comparamos, avaliamos, julgamos…
Desejando incessante e desesperadamente que pessoas, situações, circunstâncias me tragam o conforto, a paz, a quietude, a felicidade, a alegria, o contentamento e satisfação que só um coração livre, abraçado e acolhido pode trazer…
Não há força maior. E por isso me reconheço devoto… e por isso humildemente trabalho… Desejando saborear o néctar de um conhecimento tão puro, tão sem palavras, tão verdadeiro e glorioso…
Desejando permanecer firme e com total clareza, num estado de graça possível de ser vivenciado dentro da panóplia de sentimentos que o mundo nos empresta…
Por aqui andando muitas serão as vezes que vou chorar… abençoadas lágrimas, abençoada dor…
Por aqui andando muitas serão as vezes que vou sorrir… abençoado sentido de humor, abençoadas confraternizações, abençoadas realizações…
Por aqui andado muitas serão as vezes que vou sentir medo… abençoados obstáculos, abençoadas frustrações…
Por aqui andando muitas serão as vezes que vou querer desistir… abençoada limitação, abençoada impotência…
Por aqui andando muitas serão as vezes que apenas vou querer andar… abençoado caminho sem caminho…
Por aqui andando muitas serão as vezes que apenas vou dar a mão e seguir…

Om
Sónia.
   

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Reflexão # 42 - Árvore da Vida...

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A palavra amor, que tantas vezes usamos para manifestar um sentimento ou emoção, tem em si uma dimensão tão profunda, real e verdadeira que deve ser reconhecida e experienciada com sensibilidade e sensitividade. Compreendida no equilíbrio de um intelecto racional, discriminativo, lógico e de um coração que sabe e sente conter uma fonte inesgotável de vida, luz, alegria, contentamento.
Não adianta ser apenas amoroso em gestos e palavras. Ainda que elas sejam uma manifestação desse amor essencial é importante que eu descubra o que lhes dá forma, sob pena de me ver inebriado em fantasias, emaranhado em constantes frustrações, desilusões e expectativas.
O amor que me faz sorrir, pular de alegria, sonhar, desejar é o mesmo que me faz chorar, deprimir, odiar… é essência de todas as coisas, dando-lhes vida e realidade. Ódio só existe porque o amor É e se manifesta na forma de uma frustração, mágoa, dor, fruto das diversas identificações com aquilo que aprendi a crer ao longo da vida, fruto de uma ignorância básica, fundamental. E é precisamente esta incompreensão que nos separa e nos faz crer mais ou menos dignos de amor…
Amor não se compra ou vende, não se cria ou recria…
Amor não se busca, descobre-se…
Encontra-se no silêncio, em silêncio…
Em ti, em mim, por ti, por mim…
Com a mesma beleza de um pássaro livre a cantar…
Uma flor cheirosa e delicada a brotar…
Ou o Sol a raiar…
Amor que é pleno, inteiro…
Que nada querendo ou pedindo te permite pedir e querer…
É a arte e o artista…
A melodia, o compositor e o fadista…
Amor perfeito a dar realidade ao imperfeito…
Ao defeito de um contrafeito…
Om
Sónia

terça-feira, 7 de abril de 2015

Reflexão # 41 - Estudar Yoga como quem estuda um tema académico?!

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Estudar yoga como quem estuda um tema académico é só mais um cadeado que nos fecha numa cápsula mental de conceitos, preconceitos que aparentemente nos habilita e qualifica, ao ponto de crer numa libertação e felicidade baseada numa capacidade de controlar pensamentos, emoções, sentimentos, corpo e etc. Numa panóplia de crenças existentes na nossa mente, fruto do que vivemos e experienciamos ao longo das nossas vidas, talvez seja esta a mais difícil de remover, pois encontra-se subtilmente emaranhada numa incapacidade, temor, de sair da zona de conforto e ver-se profundamente. Tal atitude requer um encontro com o mais básico, fundamental e essencial em si. Para tanto necessito descer do pedestal, questionar as minhas palavras, atitudes, comportamentos e as dos outros, perceber o quanto julgo e me julgo, descobrir humildade e serenidade para acolher e me acolher, libertar-me da arrogância para que se crie espaço de ver e entender o outro da mesma forma que me quero ver e entender. Simples, espontâneo, livre e fonte inesgotável de amor.
A sofisticação mental é tanta que acabo por me perder na falsa convicção de que sou conhecedor de grandes, inteligentes verdades e que portanto me conquistei e ao mundo. Pobre e frágil concepção que se dissolve no cair das variadíssimas máscaras que nos compõem. A qualquer momento lá estarei eu envolvida numa ou noutra emoção, num ou outro sentimento, num ou outro desejo que julguei controlar ou dominar. A qualquer momento lá estarei argumentando e contra argumentando dando forma às minhas necessidades básicas. A qualquer momento bombardeada por pensamentos que quero ou não quero alimentar. Está tudo em ordem. Faz parte do psiquismo humano. E ainda que cada mente tenha as suas características, o mecanismo é o mesmo.
Entender o propósito, a proposta do yoga no seu sentido mais profundo e libertador é dar-se a oportunidade de abrir o coração, reconhecer o problema existencial e reconhecer-se além dele. Para tanto, urge a necessidade de uma mente preparada, capaz de confiar, ousada em se “despir”, entregar e aquietada, “sentar e ouvir”.
Esta é a realidade disponível para todos nós. Capaz de ser validada e não acreditada. Sempre presente e permeando toda esta dinâmica de pensar, sentir, fazer, dizer, agir, etc.

Om
Sónia