terça-feira, 10 de julho de 2012

Uma viagem pelo ásana

Quando decidi experienciar a prática o yoga de forma séria, prestei bastante atenção a todas as palavras proferidas pelo meu professor e comprometi-me a colocá-las em prática. Queria muito sentir se era de verdade tudo o que dizia, mesmo sabendo que tal era difícil e exigente. Comprometi-me a não desistir e a dar o melhor de mim, empenhando-me e dedicando-me. Foram dias difíceis, com um peito e coração fechados, pernas e braços atrofiados e uma vulnerabilidade para não acreditar que determinadas coisas seriam possíveis! Fico grata a essa pessoa que acompanha o meu processo, a minha evolução pela capacidade de dizer a coisa certa, no momento certo sem que para isso seja necessário abrir a minha boca! Inspirou, motivou e mostrou que é possível sim, a transformação física, a transformação mental e emocional. Paralelamente a uma prática intensa, houve a transmissão de conhecimentos expressos nos Sutras de Patanjali, no bhagavad gita e até de sua experiência pessoal. Saber uma resposta para as questões, dúvidas, desafios, limitações e obstáculos ajudaram a permanecer! Tudo dependia de mim mesma! Não se tratava de sorte ou azar em ter crescido de determinada forma, de ter adoptado determinados hábitos, de ter desenvolvido certas tendências e até mesmo de acreditar em determinados valores! O yoga, com a sua cultura, estilo de vida e técnica, estava ali para me ajudar! Estava ali para me mostrar que é real a possibilidade de caminhar em direção à liberdade! Hoje sou mais livre do que ontem! Não tenho dúvidas!
Os dias têm passado, e olhando para trás consigo perceber o quanto meu corpo mudou e juntamente com ele a minha forma de olhar e estar na vida.
Já tive a oportunidade de partilhar aqui no diário de sádhana o que essa transformação física causou num primeiro momento...(risos)
Hoje prestando atenção a cada movimento do meu corpo reconheço que existe sim, uma força interna antes inalcançada com musculação ou body training sistems. É uma força que me permite reconhecer cada músculo que solicito. Uma força que me permite estar presente, que me mantém estável, firme. Uma força que se começa a compreender e a ser usada de forma estratégica e inteligente pelo próprio corpo.
É algo que parece existir dentro de nós e que se torna activo quando prestamos toda a atenção e concentração.
Hoje dou por mim a "viajar" pelas costelas, pernas, glúteos, coxas, mãos, braços, peito, ombros a cada vez que faço adomuka, procurando reajustar a postura. Isso, há um ano atrás era o verdadeiro masoquismo!
E o badda konasana? Hoje é interessante perceber o que acontece com as minhas coxas, com os meus glúteos, com o assoalho pélvico, com as pernas, os braços, as costas, o peito. Outrora? Outrora era a verdadeira tortura medieval...(risos)
No meu sádhana de hoje prestei especial atenção à forma como respiro, aos vinyasas, aos bandhas...constato que há muito trabalho pela frente quando se pretende alcançar uma postura executando devidamente os bandhas, ativando drishtis e fazendo os vinyasas direitinho! Como diz Shri Patthabis Jois...pratice, pratice, pratice and all is coming...bem verdade...vem tudoooooooo mesmo (risos). Coisas agradáveis, desgradáveis, coisas boas, coisas más...e porquê, pergunto eu? Porque somos os maravilhosos seres que têm um ego que dá uma carga de trabalhos ao longo das nossas vidas! (risos)
Mas também que seria do Yoga sem egos? O que seria o mundo?
Agora digam lá que isto não é interessante?

É esta a minha reflexão de hoje :)

Namastê!


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