quinta-feira, 22 de março de 2018

Pensamentos Soltos # 121

imagem retirada da internet 

O que a nossa criança interna pede de nós é um olhar sobre ela sem julgamento ou juízo de valor. 
É uma escuta ativa e presente das suas necessidades. Elas são básicas, fundamentais e de uma profundidade que nos convidam a um abraço profundo, mesmo que a compreensão não seja clara. Reconhecimento, valor, amor incondicional, espaço para ter voz, escuta, é um presente que aprendemos a desembrulhar com ela. Nem sempre a nossa conduta externa vai parecer coerente com o que é estereotipado, politicamente correto e muitas das vezes, talvez sujeitos a uma avaliação e julgamento externo de que frios ou egocêntricos. Se estivermos sintonizados com esse espaço em nós, que nos pede amor, atenção e reconhecimento, estaremos fortes e firmes para receber esse movimento com a mesma doçura, compreensão e disponibilidade interna com que decidimos nos abraçar. E assim vamos poder experienciar uma real alquimia que se estenderá aos nossos órgãos dos sentidos, à nossa forma de caminhar e olhar o mundo, ao nosso modo de falar, interagir, relacionar, escolher e decidir. 
A leveza, a alegria, o amor, satisfação que conquistamos é a mesma daquela criança que sente a sua mão segura pelo pai e mãe que se comprometem a conduzi-la diante dos seus gostos, aversões, medos, sonhos, desejos, dificuldades.
A vida transforma-se numa tela onde posso pintar e contar uma história, expressando uma obra de arte...

(Sónia Andrade)

terça-feira, 20 de março de 2018

Pensamentos Soltos # 120

imagem retirada da internet 


A inveja, a cobiça, o ciúme não é mais do que uma identificação com um conjunto de crenças que parecem aliviar a nossa carência e necessidade por nos reconhecermos fontes de amor. 
Esses sentimentos, emoções são a expressão da ignorância que a mente carrega e que a conduz num conjunto de acções e reações que estimulam o jogo de opostos, o conflito interno e a sensação de insuficiência. 
A tendência é querer conquistar, acumular outras coisas, situações, circunstâncias, pessoas, para que possa sobreviver e de algum modo defender-se e proteger-se do choque de dor de se ver e sentir para lá de tudo isso. 
É um processo complexo, visceral, cujo ego é convidado a uma entrega, a um amparo, amor, compreensão, doçura que tem em si associado o vislumbre das dores, traumas, fantasias, ilusões, vícios no qual se estruturou, ganhando a voz e o papel principal.
Profundamente, todas essas emoções são meras crianças feridas que cresceram a olhar o mundo de um jeito muito próprio, único e que o interpretaram à luz do que viram e escutaram ao seu redor. Formaram um conjunto de valores, gostos, aversões que alimentou conceitos e preconceitos de família, amigos, amor, vida, certo, errado, bonito, feio, bom, mau.
Nós, fontes de amor, somos a sua expressão limitada e condicionada. Por essa razão podemos sentir no peito dor, porque ela não é mais do que amor a vibrar. 

Sónia Andrade

domingo, 11 de março de 2018

Pensamentos Soltos # 119

imagem retirada da internet 

Quando decidimos realizar um mergulho profundo sobre nós mesmos, auto-responsabilizando-se pelas suas feridas, dores, traumas, condicionamentos e limitações, saberemos quão complexo e delicado é lidar com essa realidade. Saberemos como estamos carentes de amor-próprio, atenção e cuidado consigo mesmo. Não mais estaremos pedindo ao mundo que alivie os nossos desconfortos e portanto saberemos colocar os nossos limites e procurar uma acção que vá ao encontro das nossas necessidades, momento que vivemos. Não mais queremos desperdiçar tempo em ser agradado ou agradar. Queremos apenas conquistar espaço interno para ser e assim poder permitir de facto que os outros também o sejam. Não é um processo intelectual ou montado à luz de ideais e conveniências. É um processo visceral de quem deseja renascer para aprender a viver com verdade e a morrer com dignidade.
(Sónia Andrade)