Quem lembra daquele trava-língua “ o tempo perguntou ao
tempo quanto tempo o tempo tem, o tempo respondeu ao tempo que o tempo tem
tanto tempo quanto tempo o tempo tem”.
Pois é, veio ao meu pensamento enquanto reflectia sobre o
tempo…não aquele caracterizado por um dia de chuva ou de Sol, por noite quente
ou fria. Falo e penso naquele tempo que é necessário para uma flor brotar e crescer.
Falo daquele tempo que traz maturidade, conhecimento, sabedoria. Falo daquele
tempo que não tem tempo determinado ou pré estabelecido. Falo daquele tempo que
é o nosso tempo. Falo do tempo que é o tempo de cada coisa.
Como teimar em querer agarrar o tempo, controlar o tempo,
estabelecer o tempo, ansiar o tempo? O tempo é o tempo que tem tanto tempo
quanto tempo o tempo tem! Ponto!
Aceitar, confiar e respeitar que tudo tem e vem a seu tempo é
verdadeira arte de viver, não passivamente mas sim, serenamente! Que a humildade
permita a reflexão verdadeira do que nos move e motiva! Que o discernimento
permita observar o quanto perdemos nos perdendo no tempo ansiando, expectando,
desejando, querendo desesperadamente! Que a coragem permita mudar o que é possível
de ser mudado aqui e agora! Ternura e amor no coração para olhar compassivamente
nós e os outros! Alegria, força e determinação para trilhar o caminho, receber
o que a vida nos dá e continuar a jornada renunciando, perdoando, amando,
rindo, chorando, caindo, levantando, aprendendo e evoluindo!
Sei que para muitos que me lêem estas palavras são música
para os seus ouvidos. Para outros, uma forma romântica de tentar resolver os
problemas da vida. Para outros, a conversa da treta. Para outros, a
indiferença.
Decidir escrever e partilhar com o mundo também é libertar-se
sem esperar aprovação ou temer a desaprovação! Também é o poder de se expressar
sem a preocupação de fazer bonito ou feio, certo ou errado! Escrever também é uma
forma de se compreender, organizar, aceitar, planear. Partilhar com os demais é
dividir, é transmitir uma mensagem.