Hoje dou comigo a pensar em todas as coisas que tenho lido,
ouvido e aprendido. Saber da possibilidade de viver um estado de yoga onde
reina a plena paz, a plena consciência, o conhecimento e sabedoria das
coisas, que nos permite sentir o que é a pura felicidade e alegria permanente,
é deveras aliciante. Ouvir falar que a nossa identificação com os pensamentos é
um tal de ego e que ele é responsável pelo sofrimento, pela confusão mental,
pelos medos, pelas sensações de ansiedade, inadequação, inquietude, carência,
insatisfação, descontentamento, incompletude, necessidade de busca incessante, parece
nos dar a resposta para todos os problemas. Saber disso por si só, já implica
uma espécie de alivio…afinal nós não somos tudo aquilo, afinal está nas nossas
mãos a possibilidade de transformar, mudar, controlar, compreender. Mestres e
sábios colocam à nossa disposição a forma, o caminho de chegar até esse
conhecimento através de suas obras, trabalho e experiência. É possível rever
nossas limitações, nossos padrões de pensar, sentir e agir. Suas explicações
sobre a limitada condição humana, assim como todas as técnicas e estratégias
capazes de transcender tal, fazem o maior sentido! Ouvi-los é quase música para
nossos ouvidos, paz para o nosso coração, luz para a nossa cabeça!
Mas… a transformação interior não acontece apenas ouvindo ou
percebendo o enorme sentido das suas palavras…é necessário experimentar,
praticar! Então, trabalhamos a capacidade de estar atento e consciente a cada
atitude, pensamento, sentimento e emoção. Desenvolvemos a capacidade de estar
presente e aprendemos a nos observar.
Esse processo de observação, auto análise e conhecimento nem
sempre traz consigo os sorrisos mais rasgados. Ganhar consciência do quê, como,
porque penso e sinto, por vezes dói. E dói porque quando me olho nos olhos não
sou o resultado da expectativa que criei! Dói, porque até mesmo do caminho capaz
de apaziguar ansiedades, medos, frustrações e insatisfações, expectamos! Dói,
porque percebemos a tamanha dificuldade de contentamento no insucesso e
escassez. Dói, porque percebemos o quanto nosso pensamento está padronizado com
a necessidade de reconhecimento, competição, valorização, boa fama! Doí, porque
percebemos a dimensão das nossas carências, das nossas limitações. Doí, porque
é um Eu, quem caminha, quem se submete a um diagnóstico, quem quer a mudança,
a transformação, o saber, a libertação!
Namastê