Ouvir
vedanta tem contribuído para estruturar o pensamento relativamente ao ser
emotivo, psicológico e cognitivo que somos. Esse entendimento e compreensão por
si só, já produz um determinado efeito. Um olhar mais solto e leve é percebido.
Como se outrora nos encontrássemos num quarto escuro apavorados com o turbilhão
de emoções e pensamentos e logo que uma brecha de luz se vê, esse pavor se vai
desvanecendo… não porque as emoções e pensamentos não continuem no quarto… mas
porque nele há uma brecha de luz, de conhecimento, de compreensão.
Ouvir
sobre o que faz de nós um ser humano e propor-nos a um olhar profundo, despido
de tudo o que criámos e construímos ao longo dos tempos é uma viagem tortuosa,
tenebrosa até… mas ao mesmo tempo de uma beleza incomparável e indescritível… a
dor, o sofrimento, a tristeza que há no fundo do poço tem na sua base uma força
sem tamanho que nos impulsiona a subir, um brilho e calor que nos ampara e
embala na experiência de todas as experiências, que é a vida. Uma força que inspira
a escrever palavras, que emociona e motiva a trilhar o caminho da verdade,
despindo-nos de adornos, fantasias, fardos, para que assim nos possamos ver
vulneráveis, simples, espontâneos e dignos da maior de todas as riquezas que é
o amor. Felicidade será efectivamente o que sou, aqui, agora, rindo, chorando,
vivendo devotamente esta passagem pela terra, contribuindo com o que tiver de
contribuir e experienciando o que tiver de experienciar.
Esta
atitude de entrega é realmente efectiva quando há compreensão clara, objectiva.
E de forma inata confiamos e caminhamos para o vislumbre dessa realidade.
Só
assim será possível olhar pessoas, situações e circunstâncias como objectos de
conhecimento, objectos da consciência, permeados pela consciência, que é
satcitananda, que é a natureza do Eu.
Só
assim nos poderemos ver como um ser livre de limitação e fonte de felicidade.
Sónia.
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