imagem retirada da internet
É
muito comum olhar para a vida do outro e criar fantasias que nos levam por
muitos caminhos. O poder de uma imagem, atitude, posição, cor, som, beleza,
ritual, método, conduz a nossa mente numa busca, estimulando desejos profundos que
contribuem para o resgate de força, motivação inatos. Por vezes deixamo-nos
ficar na superfície do fenómeno, avaliando meras aparências, comparando,
competindo, auto julgando-nos de muito inteligentes e especiais ou de pobres
criaturas privadas de recursos, oportunidades, beleza, prosperidade, como se o
direito à vida alinhado com sonhos, paixões, amor e riqueza apenas estivesse ao
alcance dos bem-aventurados, iluminados, que conquistando-se a si, conquistam o
mundo.
Se
ousarmos investigar o fenómeno em nós, questionando o que uma imagem,
aparência, palavra, conteúdo, pessoa, situação, circunstância desperta, surpreender-nos-emos
com o tanto que nos habita, escondido, omitido, esquecido, negligenciado e
disfarçado por tanta máscara.
A
vida é um grande sonho onde se montam tantos e outros pequenos grandes sonhos.
O mundo, pessoas, situações, circunstâncias, imagens inspiradoras, ou não, emprestadas
à nossa mente para que faça um caminho, processo, descoberta. Meras passagens cinematográficas
capazes de nos falar da humanidade que carregamos, da forma e expressão de um
amor, inteligência, sabedoria que nos permite toda esta dinâmica existencial.
Está
tudo certo e dentro de uma ordem perfeita, o momento onde estamos, para onde
queremos ir, o que vivemos, o que gostaríamos de viver, os obstáculos, as
dificuldades, o passado, as dores, as feridas, o perdão e a ausência de perdão,
a ignorância, os desejos, as emoções, as fantasias, as paixões, o cansaço, a
exaustão.
A
vida é um pé no desconhecido, uma melodia infinitamente escutada pela primeira
vez, um passo de dança que se aprende a todo o momento. São infinitas as
possibilidades, oportunidades, escolhas. Não há o certo ou o errado, o bonito e
o feio, o melhor ou pior. Há uma manifestação e expressão permanente do mais
belo e amoroso que nos habita e nos impulsiona a contar uma história, que mesmo
sendo triste, dramática e munida de um peso extra, é bela, profundamente bela.
Então,
que possamos nos conectar a essa inteligência maior, a essa visão mais ampla de
nós e seguir fluindo ao ritmo de um devir que nos presenteia a todo o momento
com conhecimento e oportunidade de amadurecer.
Que
o mundo, pessoas e suas histórias possam servir de espelho, ao invés de um
constante e permanente lamento ou até mesmo cobiça. Que possa olhar para além
de todas as formas de ver e sentir, permitindo uma liberdade interna para trazer
à tona todas as emoções que se queiram manifestar. Nenhuma delas é boa ou má…
nenhuma delas de verdade carece de qualquer tipo de máscara, nome, explicação,
justificativa… elas são e apenas nos pedem espaço, disponibilidade, amor,
carinho, doçura e atenção plena.
HarihOm
Sónia
A.
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