imagem retirada da internet
Puja
é uma prática da tradição védica que coloca a nossa mente numa relação com algo
maior que ela. Uma ferramenta que nos ajuda a estabelecer uma conexão com o
mais intimo em nós, com uma inata devoção que não é criada à luz da mente mas
reconhecida à luz da sabedoria de um coração que vê e sente a ilimitação do
amor para lá da forma, tempo e espaço.
Partindo
da experiência pessoal, a minha mente sempre resistiu a um processo de
aprendizagem, como se não tivesse força para levar adiante método, disciplina,
estudo. Como se houvesse necessidade de se esquivar diante das dificuldades e
propostas. Aprendeu a desvalorizar, a alimentar um senso de incapacidade e
autojulgar-se inferior. Competir, mostrar-se capaz, sabedora sempre lhe pareceu
uma carga de trabalhos sem sentido e que por isso não a estimulavam.
Desejava
aprender porque é bom, dá prazer, é útil, contribui, tem valor e para estar no
mundo seria o suficiente.
Pois
bem, hoje reconheço com felicidade e satisfação que todas essas práticas e
disciplinas, de facto têm muito mais para nos confidenciar do que meros
procedimentos que têm o seu valor, propósito, intenção.
Quando
a dor aperta e o compromisso é consigo mesmo e sob sua responsabilidade, fazer
puja é um abraço, uma mão que passa no rosto e um coração maior que nutre outro
coração ferido, meio perdido e com genuína vontade de se encontrar. Penso que
com o tempo há-de ser sempre aquele encontro onde reverenciamos, prazerosamente,
a nossa natureza primordial, seja lá o que isso for. Todos os procedimentos e
disciplina envolvida, tomam a forma do amigo, o verdadeiro amigo. Aquele que em
silêncio se faz presente para te ajudar. Que contribuiu diante das tuas
dificuldades com a firmeza e doçura de um velho sábio que por detrás de uma
postura séria se alegra e satisfaz com a tua força, capacidade, inteligência,
dedicação e entusiasmo. Que mantendo-se equânime celebra cada conquista,
superação de obstáculo, desejando que brilhes com todo o teu esplendor.
Disciplina
pode transformar-se em algo capaz de nos dar imenso prazer e todo o processo
intelectual, uma pintura que se aprecia a cada instante.
HarihOm
Sónia
A.
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