imagem retirada da internet
Casa só vira lar quando nela há espaço para se partilhar
intimidade…
E essa? Essa não advém do quanto as pessoas se tocam, se
doam fisicamente, intelectualmente…
Essa advém da própria capacidade de tocar, escutar a sua
intimidade e dividi-la sob várias formas com os demais…
Se um dia me sentir capaz de abraçar, aconchegar os medos,
os pensamentos, as emoções mais sombrias, cruéis e atrozes, reverenciando a inteligência
de cada uma, oferecendo o espaço necessário para se manifestarem sem qualquer
pudor, assumindo com toda a inteireza e integridade a responsabilidade da minha
existência e acção, poderei preparar as pernas, os braços, o coração para
bailar o amor que não tem tempo ou espaço, condição ou contradição, que não
teme a solidão, tampouco a desilusão…
Posso soltar os cabelos, despir as roupas, cantar ao vento,
mergulhar profundo nas águas cristalinas deste corpo, sentir o calor do Sol, o
frio do alto mar e profundamente repousar…
Poderei dizer com toda a convicção “Oh lar, meu doce lar como te desejo partilhar"
(Sónia Andrade)
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