Aflitos,
escravos de uma culpa silenciosa, de um amor frustrado, castrado, incompreendido,
disfarçada, disfarçado em lutas incessantes, desejamos que o mundo mude, que
pessoas mudem, que deuses nos ouçam e amparem…
Assistindo ao fracasso
constante, ao quão volátil tais desejos e como acabo por me debater, uma e outra
vez, com velhos padrões aparentemente de “cara” nova, julgo a vida, condeno-a ao
“calvário” e faço das minhas acções o inimigo que a conduz ao sacrifício.
Cegos
e sedentos, agarramos, sugamos, detemos, retemos, possuímos, infinitamente…
Resistimos
à doçura, à gentileza, à simplicidade, à pureza, à nossa capacidade de
entregar, aceitar, agradecer...
À nossa capacidade de acolher as diferenças dos outros...
De questionar sentimentos, pensamentos...
De criticar, analisar
inteligentemente actos, desejos, conflitos, perturbações…
Tememos...
Tememos
porque nos tememos…
Tememos
porque nos desresponsabilizamos…
Tememos
porque ignoramos que a mudança no mundo começa num olhar profundo sobre nós…
E enquanto
esse olhar não desperta se dispersa…
Om
Sónia.
Om
Sónia.
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