imagem retirada da internet
Não
são as relações que terminam mas a constante mentira que te sussurras.
A dependência
não é da pessoa e o amor tampouco é por ela.
A dependência
é da imagem, proporcional ao quanto a pessoa é capaz de te fazer sentir
especial, bonita, desejável, apreciada e digna de ser amada.
Uma espécie
de alimento que sacia um vazio existencial e nos coloca numa espécie de
pedestal.
Quando
o castelo começa a desmoronar, a dor e o lamento é tão profundo que parece não
se saber dar conta.
Muito
facilmente sentirás raiva, desespero, agonia, tristeza e a tentação é gerar um
campo de autocomplacência, de comparação, de competição, de arrogância e
orgulho.
Entrar
em contacto com essa dor exige de nós coragem e uma força interna amorosa e
compassiva.
Não
há mundo lá fora, não há pessoas, não há situações nem circunstâncias…
Há
amor interno que nos ajuda a iluminar cada recanto escuro, cada pessoa ao redor,
cada pedaço de vida e tudo aquilo que maltrato em mim…
Ficar
diante de realidade tão nua é assustador, exigindo que cada movimento seja com
toda a presença, atenção e disponibilidade para abraçar o que se manifesta…
Certamente
ficaremos diante daquilo que criámos em relação a nós mesmos e a inteligência
pura, divina, encarregar-se-á de nos trazer o que pedimos para crescer,
amadurecer e desconstruir.
Se
carregas um patinho feio, que desconhecendo a sua natureza deseja a beleza de
um cisne, atrairás até ti as pessoas e as situações que mexem e remexem o lixo,
as emoções contidas e o tanto que precisas experienciar, viver, sentir para
integrar o que é necessário. Certamente serás exposto à beleza física,
valorizando os atributos que possivelmente careces para te sentir bonito, à
luz, inteligência que julgas não merecer, às conquistas, vivências que te
sentes incapaz de concretizar e por aí vai.
Se
carregas em ti um todo-poderoso que ama ganhar e colecionar troféus, atrairás
até ti toda a condição favorável para entrar no jogo, conquistar, alcançar, possuir,
quantas vezes forem necessárias para desistir da parada.
Se
carregas em ti o fraco, incapaz atrairás oportunidades, situações e circunstâncias
desafiantes que te revelarão.
Está
tudo certo e dentro de uma ordem perfeita.
No meio
da tempestade, do furação e no buraco, não adianta estrebuchar. Segura firme e
doce, respira profundo, silencia e não reage às provocações do mundo com
estratégia e para fora. Para, escuta, olha e aproveita cada movimento para ir
mais um tanto ao encontro da tua integridade e dignidade. Não há beleza, não há
estatuto, inteligência intelectual, mil vivências, experiências, conhecimentos que
valham por tal. Não foge do mundo, não foge das relações e interações e
reverência cada um que atravessa o caminho, que troca e partilha contigo.
A
beleza da vida é essa e feita de momentos que devem ser vividos em consciência,
presença e com a sabedoria, graça de criança.
Que
possamos nos olhar não pelo olho que compara, que julga e classifica de melhor,
pior, mais bonito, menos bonito, mais importante, menos importante mas antes
com o olho que vê possibilidade, oportunidade, amor e luz no todo e cada um.
A
maior motivação para o fazer? A paz, a felicidade, a alegria, liberdade e bem-aventurança
em si. Cada pequeno passo na contemplação da beleza física, mental, emocional
de um outro é a contemplação da sua.
HarihOm
Sónia
A.
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