Uma prática de Yoga precisa ir além de uma mera performance física
para que se possa descobrir o prazer de ter um corpo, independente do que ele
carrega em si.
Esse prazer não está associado à estética,
beleza superficial de quem cumpre os requisitos impostos pelas crenças do que é
bonito ou feio. Trata-se de um prazer além da cor dos olhos, o formato do
nariz, o aspeto do cabelo, os contornos físicos, índice de massa gorda e até
mesmo, para lá da sua habilidade em se colocar nas mais sofisticadas e
desafiantes formas…
Uma prática de yoga necessita de ser o palco onde me posso
descobrir artista, compositor de uma melodia única, pessoal e sagrada que
dispensa os aplausos da plateia…
Um palco onde me permito dançar com o ritmo e par oferecido
nas minhas mãos…
Possivelmente vou ter oportunidade de sentir, viver, emoções
e pensamentos que me farão querer esquecer tal possibilidade, ou então, que me
estimularão a dar o tudo, por tudo, custe o que custar e por cima do que for…
Nem uma, nem outra irá permitir fluir com a tamanha beleza
que este corpo carrega…
Preciso estar na dança com a gentileza, amorosidade,
curiosidade, determinação e espaço interno, capazes de nos conduzir pela
aprendizagem, dificuldades, obstáculos, exposição, de forma transformadora e
construtiva…
Talvez possa descobrir como é maravilhoso aprender a dançar,
até mesmo quando o corpo parece pesar toneladas, quando piso e torpeço nos meus
próprios pés, quando descoordenada e desconectada do meu par, quando não acerto
com o ritmo e tudo parece soar a falta de jeito, habilidade e impossibilidade…
Talvez possa descobrir como tudo isso faz parte da dança, do
processo de dançar e como desejo fazê-lo até que os pés me doam…
HarihOm
Sónia A.
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