imagem retirada da internet
Nascemos
puro e inocente amor, dotados da capacidade inata em confiar, entregar-se ao
fluxo natural da vida… o mundo que se apresenta externamente, um permanente
convite a descobrir-se enquanto ser humano… a interação com o meio envolvente a
ferramenta que me conduz ao real propósito de estar aqui numa verdadeira
epopeia existencial, sofrendo, ignorando, buscando libertação, desejando
felicidade eterna, paz inabalável, que só voltando a reconhecer a inteligência
perfeita que me permitiu vir ao mundo, aberto, disponível, puro, inocente,
naturalmente amoroso, dotado da capacidade de reconhecer a natureza básica e
fundamental que dita os contornos da minha história.
Procurar
alimentar-se, nutrir-se do mundo, esperando dele conforto, carinho,
reconhecimento, festinhas e coceguinhas na barriga, que consolam, compensam
momentaneamente uma dor, é uma sentença de morte ainda que vivo. O mundo que se
apresenta externo a mim é um mero reflexo, um espelho que posso usar e abusar
para me ver mas que em algum momento vai tornar-se insuficiente para responder
à busca mais sincera, profunda e verdadeira que habita os recônditos do
coração. Mirar-se, adornar-se diante do espelho vai tornar-se escasso. Os fenómenos
da humanidade em mim são infinitos, poderia sentar-me por toda a eternidade só
a contemplar, apreciar, rejubilar, dramatizar, sofrer, ignorar, assim este
corpo e mente fossem de natureza eterna… Mas, não é o caso. Tem prazo de
validade, graças a Deus.
Então,
algo precisa ser reconhecido, revelado, escutado… quem pede é um coração
inquieto, insatisfeito, sedento de algo que não tem nome ou palavras e que se
manifesta no cansaço, no desespero, na insaciabilidade do mundo, pessoas,
relações. Algo que os olhos não vêm, os ouvidos não escutam, a boca não fala
mas presente, auto-evidente.
Desejarei
sentar com a pureza, inocência, confiança de uma criança que não julgando a sua
ignorância, dá a mão para que lhe seja apresentada tal realidade.
E
assim vai…
HarihOm
Sónia A.
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