Imagem retirada da internet
Quando me permito parar para olhar os meus pensamentos e abraçar todas as emoções que dai advenham, firme e destemido do tudo que possa descobrir e perceber, livre do que me convenço ser certo e errado, livre de culpabilizações, livre de justificativas que me poupam de responsabilidade, focado no que sinto e na vontade genuína de soltar todas as amarras que não permitem o meu coração “respirar”, se fazer ouvir, se doar, caminharei para o vislumbre de uma realidade tão cheia de energia, vida, presença, consciência, que todo e qualquer movimento de pensar, sentir, será abraçado, ouvido e escutado à luz de um amor sem condições… de uma inteligência sem definição.
A
dor e a tristeza de me reconhecer tão carente de amor e atenção, de reconhecer
que essa “ferida” jamais poderá ser curada por alguém ou coisa alguma, que isso
é obra de si mesmo, que enquanto pessoas apenas somos companheiros de partilha
de “feridas”, de reconhecer que vivemos fantasiosamente no pensamento e pelo
pensamento, julgando, avaliando, medindo nossas verdades absolutas, que de tão
distantes da realidade que somos nos condiciona, prende, insatisfaz, limita, de
reconhecer como vivemos aquém do nosso potencial por medo, preconceitos, apego
ao institucionalizado, iludidos em conceitos, emaranhados num acumulo de
conhecimento como garantia de reconhecimento, valorização, poder, de reconhecer
como isso cansa, esgota, de reconhecer como isso não me sacia, de reconhecer
que preso ao tempo vou sentindo o meu tempo chegar ao fim… e sem poder gritar
bem alto “sou livre”… livre do tempo, livre da idade, livre da velhice, livre
da doença, livre da dor, livre do sofrimento, livre da morte.
É
essa dor e tristeza de me reconhecer profundamente que me dará espaço para um
olhar mais amplo, luminoso, belo, real, claro, objectivo. E por entre lágrimas
de desencanto e desilusão, haverá um prazer de constante e permanente reconforto,
fruto de uma paz inabalável...
Om
Sónia.
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