imagem retirada da internet
Crescemos
tão focados nas aparências externas que tendemos, no alto do pedestal, dizer
como é triste, sofrida e lamacenta a vida de fulano, sicrano, ou então, no alto
da auto-piedade, dizer como a vida dos outros é bem melhor que a minha… que calvário, pouca sorte ou triste sina… ou ainda, no alto da pretensão,
ignorância e ilusão, dizer como a vida me sorri, me transborda de tudo o que
quero, preciso, desejo…
Conversas
são infinitas, assim como o julgamento baseado na plasticidade de uma aparência…
O
olho da mente é míope, o seu corpo está intoxicado e precisa de sérios cuidados…
Caminhamos
no meio de lodo e lama, segurando as pernas, posicionando os pés estrategicamente
para não sujar as roupas, o rosto, saltitando de poça em poça, temendo cair, mergulhar,
com tudo, naquela sujidade…
Na
verdade, energia desperdiçada, mal conduzida e aplicada…
Possa
ela servir para que destemida e nua mergulhe no lamaçal, no lodo… e que de lá
possa brotar uma pura, intocável flor que dê sentido e propósito àquilo que
tanto me protegi e fugi…
A
flor de lótus, pura, bela nasce do lodo que dá sentido à sua existência…
Então,
que do nosso coração brote a coragem e a força precisa para cair na lama. E que
de lá, com toda a delicadeza, brote uma pura e bela flor que ilumine a nossa
mente e todo o movimento que é a vida.
Harih
Om
Sónia
A.
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