Para
fugir ao encontro mais profundo com nós mesmos, criamos incessantemente
mascaras atrás de mascaras…
A
mascara do intelectual, do engraçado, sarcástico, do guru, do espiritual, do
forte e seguro, do rebelde e audaz, do humilde e generoso e por aí vai num sem
fim…
Ingenuamente,
ficamos reféns de estética, saúde perfeita, corpo alinhado, musculado,
conhecimento, experiências, aventuras, desejos e da própria vida, sem tampouco
dar-se espaço para vislumbrar a beleza de ser um rio que percorre o seu caudal
num ritmo e movimento únicos.
Muito
é o lixo que nele se acumula impedindo-o de fluir livremente e a sua remoção é
precisa e supra inteligente. Podemos nos entusiasmar, iludir e querer fazê-lo à
força, sob o controle da mente…
Mas…
não adianta… é só mais um tanto de entulho…
A
vontade de querer servir a si mesmo e com o propósito que merece, carece de
uma atitude despretensiosa que nasce, não na cabeça mas no coração…
E
assim sendo, estarei como um mero espectador que contempla a beleza de tal
movimento… o lixo, os obstáculos, as dificuldades, dores, traumas, mascaras,
apenas instrumentos que sublimam um corpo e uma mente, iluminando-os de um amor
além de qualquer aparência, acção ou inacção, palavras…
Não
quererei subir ao trono atravessando pontes que me afastam desse rio…
Vou
querer descalçar-me, banhar-me e sem resistências permitir que me conduza…
HarihOm
Sónia
A.
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