imagem retirada da internet
Muitas
vezes na vida, relações vamos vestir o papel do menino/a ferido/a, abandonado/a,
que entre lágrimas e soluços estende a mão pedindo amparo, conforto, ajuda para
o aliviar de tanto sufoco.
Quando
crianças fazemo-lo espontaneamente e por certo nem sempre será acolhido,
atendido e compreendido. No alto da sua ignorância a criança percepciona como
algo inadequado e longe de corresponder aos ideais de supostas pessoas fortes e
bem resolvidas. A fantasia é montada de tal forma, que crescemos cultivando uma
arrogância tão grande, que nos impede de ver como permanecemos a mesma criança vulnerável,
ignorante, cheia de potencial divino, sabedoria pura e desacreditada,
desvalorizada, maltratada, negligenciada, desencorajada para pedir ajuda e
posicionar-se no mundo como deseja no mais íntimo do seu coração.
Se
ousarmos investigar com profundidade, objectividade, veremos como nada nem
ninguém, efectivamente, nos pode dar a mão e amparar com o amor, entrega,
dedicação que tanto almejamos. O máximo que podemos encontrar são seres disponíveis,
abertos, conectados com papéis e propósitos, para oferecer, momentaneamente, o
que necessitamos. Óbvio que tal precisa ser verbalizado, manifestado, pedido,
sob pena de se viver num espaço completamente fantasioso, onde desperdiçamos
energia em suposições, imaginações, expectativas e afins.
De
verdade cada um está por si e a fazer por si, escamoteando essa realidade entre
manipulação, vitimização e as mais diversas formas de um ego que teme uma espécie
de “morte”, uma perda de identidade, propriedade, controlo e poder.
Está
tudo certo com ele. Apenas desempenha um papel na obra cinematográfica que é a
vida humana. No entanto, se não o vislumbrarmos por esse ângulo, ele toma conta
de nós, roubando o discernimento, clareza, objectividade para perceber que
apenas se vive um filme que logo, logo chega ao fim e que não tem realidade própria.
Então,
talvez seja tempo de resgatar essa força interna, essa doçura, inocência,
pureza de criança, cultivando uma mente qualificada para reconstruir o papel de
pai, de mãe e para estabelecer-se na visão real de quem somos nós.
Harih
Om
Sónia
A.
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